2013-04-30 17:57:16

40 anos atrás morria Maritain, mestre na arte de pensar, viver e rezar


Cidade do Vaticano (RV) - Considerado um dos máximos expoentes do tomismo no Séc. XX, muito estimado por Paulo VI e autor da obra "Humanismo integral". Passados 40 anos da morte do filósofo francês Jacques Maritain, tem sido recordada a atualidade de seu pensamento.

Nascido em 18 de novembro de 1882 e morto em 28 de abril de 1973, sua vida foi marcada pela profunda relação com a esposa Raissa, com a qual converteu-se ao catolicismo em 1906. Maritain tornou-se um grande admirador de Santo Tomás de Aquino e no final de sua vida entrou para a comunidade religiosa dos Pequenos Irmãos de Jesus.

Na conclusão do Concílio Vaticano II o Papa Paulo VI entregou a Jacques Maritain, representando os intelectuais, a sua Mensagem aos homens de pensamento e de ciência. Mas qual é hoje a atualidade do pensador católico francês, qual é a atualidade do seu humanismo? Foi o que a Rádio Vaticano perguntou ao especialista em Maritain, Prof. Piero Viotto, ex-docente da Universidade Católica de Milão:

Prof. Piero Viotto:- "É claro que a posição de Maritain, da obra "Humanismo integral" – que é a mais conhecida – até "O Camponês do Garona", é superar a oposição entre liberalismo e socialismo, indicando uma terceira via, que é o personalismo. Portanto, o ponto de referência da relação social não é o indivíduo com seus interesses ou a sociedade através do Estado, mas é a pessoa humana. Segundo Maritain, tudo isso deve ser reconduzido à filosofia de Santo Tomás, porque se insere na tradição de Aristóteles, de Tomás de Aquino, que coloca o homem no centro das relações sociais."

RV: Nesse sentido, que papel tem o cristianismo, segundo Maritain?

Prof. Piero Viotto:- "Tem um papel fundamental, porque o homem não é destinado somente a melhorar este mundo, mas é destinado à contemplação de Deus. Não nos esqueçamos que Maritain morreu sendo Pequeno Irmão de Jesus, em Toulouse (sul da França, ndr). De fato, a finalidade da vida não é produzir bens de consumo, mas é contemplar a beleza, a verdade, as relações fraternas. Nesse sentido, o cristianismo é um elemento determinante. Aliás, Maritain precisa que sem o cristianismo a humanidade estaria perdida e se une a Henri De Lubac quando fala sobre o drama do humanismo ateu. Efetivamente, tanto De Lubac quanto Maritain evidenciam este fato: se colocamos Deus de lado, o homem permanece sozinho consigo mesmo e morre."

RV: Esta concepção de Maritain, o humanismo integral, ele aplica também às relações humanas pessoais?

Prof. Piero Viotto:- "Evidentemente Maritain discutiu tudo isso com a sua mulher. É um pensamento comum. Não somente o aplica a si mesmo e escreve um belíssimo livro "Amor e amizade", mas, sobretudo, chega a fazer uma filosofia sobre essas coisas, afirmando que não se deve basear tudo no saber ou no conhecer. A filosofia antiga estava ligada ao saber, à objetividade da verdade; a filosofia moderna esta ligada à subjetividade do conhecimento, Maritain faz a operação de juntar todas essas coisas." (RL)







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