Bolívia: Bispos se manifestam sobre furtos nas igrejas
La Paz (RV) - A Conferência Episcopal da Bolívia denunciou em um comunicado
a situação alarmante criada pelos contínuos furtos perpetrados nas igrejas do país.
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, o Secretário da Pastoral
do Episcopado boliviano, Padre Giovani Arana, pediu às autoridades uma profunda investigação
sobre as modalidades e responsabilidades pelos furtos realizados em templos e santuários,
que atingiram gravemente o patrimônio religioso, histórico e cultural dos bolivianos.
Os
bispos recordam a co-responsabilidade e o dever do Estado na proteção deste patrimônio,
previstos na Constituição Política e na legislação vigente. O episcopado manifestou
a sua preocupação, por estar convencido de que se trata de uma rede de criminosos
que trafica obras de arte, facilitados pela corrupção e pela ausência ou pela precariedade
dos sistemas de segurança para salvaguardar este precioso patrimônio.
Na nota
divulgada pelo episcopado, é evidenciada a relevância deste patrimônio histórico que
a Igreja protege e os diversos acordos com os governos, firmados desde os anos 60,
para a sua valorização e proteção.
Apesar de algumas medidas adotadas, na prática
a Igreja não tem a capacidade técnica e econômica necessária para realizar a segurança
interna dos templos e dos lugares sacros abertos ao público. Neste sentido, a Igreja
se une às diversas solicitações da sociedade civil de se começar urgentemente as investigações
para individuar os responsáveis, assim como para recuperar os objetos retirados ilegalmente.
Ao mesmo tempo, os bispos da Bolívia exprimem a sua solidariedade com as comunidades
dos fiéis que foram vítimas destes furtos, que afetam não somente o patrimônio material,
mas sobretudo simbólico e espiritual de todos.
Na madrugada da última segunda-feira,
ladrões entraram no Santuário de Nossa Senhora de Copacabana, na cidade de Copacabana,
localizada às margens do Lago Titicaca, quase fronteira com o Peru. Na ocasião, foram
levados a coroa de ouro da Virgem, uma meia lua que a adornava, além de outros objetos
de valor.