2013-04-24 19:57:51

Papa Francisco às Avós da Praça de Maio: "contem comigo"


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco disse nesta quarta-feira às ‘Avós da Praça de Maio’, que podem contar com ele na busca do paradeiro dos filhos de desaparecidos durante a ditadura militar argentina (1976-1983), os quais foram entregues ilegalmente a outras famílias.

A Presidente desta organização, Estrela de Carloto, manifestou esta disposição transmitida pelo Papa Francisco, após o encontro que manteve nesta quarta-feira com o Papa, ao final da Audiência Geral.

“Contem comigo, estou a vossa disposição”, disse o Papa Bergoglio a De Carloto, que participou da Audiência junto com Juan Cabandié, filho de desaparecidos durante a ditadura militar e Buscarita Roma, membro da Associação.

As ‘Avós da Praça de Maio’ pediram ao Papa Francisco para que sejam abertos os Arquivos da Igreja argentina e do Vaticano para auxiliar na investigação do paradeiro de 400 filhos de desaparecidos, seus netos, que nunca foram identificados e que foram separados de seus pais após serem detidos e assassinados pela ditadura militar argentina.

Durante o encontro, De Carloto contou ao Papa que elas vieram ao Vaticano para pedir a ajuda dele em encontrar seus netos e que Francisco lhes disse duas vezes: “contem comigo, contem conosco”.

"Isto é muito significativo e nos confirma o compromisso do Papa, o compromisso da Igreja”, acrescentou a ‘Avó da Praça de Maio’.

De Carloto pede também que a cúpula da Igreja Argentina “nos ajude a encontrar nossos netos, já que não queremos morrer sem conhecê-los, sem transmitir a eles quem eram seus pais e lutar para que nunca mais tenham ditaduras”.

A representante das Avós mostrou-se emocionada e satisfeita por ter estendido a mão ao Papa argentino e disse que Francisco lhe deu um beijo. Ela acrescenta que Bergoglio hoje é o Papa e são milhares as pessoas que o escutam e colocam em prática seus conselhos.

“O encontro de hoje nos dá esperança e a esperança não é ter tocado a mão de um Papa, é a esperança de que este Papa possa abrir o caminho dos encontros e isso é fundamental’, acrescentou. Ela disse que voltam para a Argentina convencidos que se abre uma nova etapa.

A representante das ‘Avós da Praça de Maio’ contou que sua filha foi assassinada pelos militares dois meses após dar à luz.

(JE)








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