Roma (RV) - “Qual é o valor da vida humana? Qual o seu significado?: dessas
perguntas se deve começar, em nível cultural, antropológico e religioso, para buscar
respostas para o triste fenômeno da violência e do abuso sexual de menores, que na
Índia chegaram a um recorde de 48.338 casos na décado 2001-2011. Foi o que disse à
Agência Fides Pe. Dominic D'Abreo, porta-voz da Conferência Episcopal da Índia, comentando
o caso mais recente de uma menina de 5 anos de Delhi, sequestrada e estuprada repetidamente
por 48 horas, por dois delinquentes, que foram presos pela polícia.
“Estamos
muito tristes - diz à Agência Fides Pe. D'Abreo - o país inteiro está em estado de
choque. Estes episódios destroem o nome e a imagem da nação. Pessoas de todas as religiões
estão chocadas e protestam. O governo e as ONGs estão fazendo esforços para erradicar
o fenômeno. Urge trabalhar na conscientização da sociedade, em nível das bases, e
não apenas em um nível elevado. Todos devem assumir parte da responsabilidade”.
Um
recente relatório enviado à Agência Fides pelo “Centro Asiático para os Direitos Humanos”,
revela números impressionantes: de acordo com estatísticas oficiais, um total de 48.338
de casos de estupros de crianças foi registrado na década 2001-2011, um aumento de
336% dos casos entre a 2001 (2.113 casos) e 2011 (7.112 casos). Trata-se apenas dos
casos registrados e verificados.
Sobre as raízes do fenômeno, Pe. D'Abreo,
indica “uma cultura que se centraliza somente no dinheiro, no prazer, no poder”, e
que deixou de lado o valor e o sentido profundo da vida humana. “A vida é degradada:
não se pergunta mais que significado tem”, questão fundamental para a vida de cada
homem. Por isso um campo no qual trabalhar, explica, “é, certamente, a instrução,
a educação, o desenvolvimento da consciência, ação que a Igreja realiza, especialmente
em áreas remotas e com grupos de pobres e marginalizados. É o nosso especial campo
de missão - acrescenta o sacerdote – com o qual contribuímos para melhorar a sociedade”.
No lado legislativo, enfim, “as leis existem, mas é preciso aplicá-las”, diz
o porta-voz dos bispos, pedindo “uma ação fundamental de educação e sensibilização
nas famílias, base da sociedade”. (SP)