Síria: sequestrados dois bispos em Aleppo. A preocupação do Papa
Aleppo (RV) - Dois bispos das Igrejas ortodoxas síria e grega foram sequestrados
segunda-feira, 22, em um povoado da província de Aleppo, no norte da Síria, anunciou
a agência oficial de notícias síria Sana. De acordo com a agência oficial libanesa,
ANN, o diácono que os acompanhava teria sido assassinado.
“Um grupo terrorista
armado sequestrou hoje o Bispo Yohanna Ibrahim, responsável pela Igreja síria ortodoxa
(em Aleppo), e o Bispo Boulos Yazikhi, responsável pela Igreja grega ortodoxa (em
Aleppo), quando realizavam trabalhos humanitários no povoado de Kafr Dael, na província
de Aleppo”, informou a Sana.
“Os terroristas interceptaram o carro dos bispos
no povoado de Kafr Dael, fizeram o motorista descer, o mataram e sequestraram os bispos”,
informa a agência.
Fontes da diocese greco-ortodoxa de Aleppo contatadas pela
France Press, não deram declarações, mas cristãos residentes na cidade, que pediram
para não ter sua identidade revelada, confirmaram o sequestro e disseram que o motorista
do veículo foi executado.
Os cristãos, que constituem cerca de 5% da população
síria, são especialmente vulneráveis ao contexto de anarquia que impera no país desde
o início da revolta contra o regime do Presidente Bashar al Assad, em março de 2011.
No
início de fevereiro, dois padres foram sequestrados por homens armados no sul de Aleppo.
Dos padres Michel Kayyal, armênio católico, e Maher Mahfuz, greco-ortodoxo, não se
têm notícias desde então, quando o veículo em que viajavam rumo a Damasco foi interceptado
por milicianos.
A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma nota em que afirma
que o Papa Francisco foi informado deste novo episódio, que se soma à violência crescente
dos últimos dias e à vasta emergência humanitária que atinge o país. Francisco acompanha
os eventos com muita participação e preces intensas pela saúde e a libertação dos
dois bispos sequestrados e para que, com o esforço de todos, o povo sírio possa finalmente
ver respostas eficazes ao drama humanitário e o surgimento no horizonte de esperanças
reais de paz e reconciliação. (CM)