Rio de Janeiro (RV) - Participar de uma JMJ está entre os sonhos de muitos
jovens. Desde o início do ano de 2012 que um grupo de 45 jovens, membros de algumas
comunidades neocatecumenais da Paróquia Santos Nabor e Feliz de Milão em Itália, estão
se preparando para a JMJ de julho no Rio de Janeiro. Em primeiro lugar procurando
preparar o coração através da oração e, por fim, resolver os mil problemas práticos
ligados a uma viagem tão importante. A previsão, segundo os organizadores, é que o
Movimento Neocatecumenal, como um todo, traga mais de 70 mil para a Jornada.
O
primeiro obstáculo é a parte econômica, pois a passagem de avião custa mais de R$
5.100 (aproximadamente 2.000 euros), valor que na Europa e em particular na Itália
está muito acima das possibilidades de muitos jovens e das suas famílias. “No início
pensávamos em não viajar porque a viagem era muito cara, exigia muito esforço e o
meu namorado tinha decidido de não ir. Não tendo dinheiro e não querendo pedi-lo aos
meus familiares isto me freava” – conta Sara, 20 anos, no primeiro ano da universidade
– “Depois entendi que eram só desculpas. Se o Senhor me tinha feito o convite, eu
deveria confiar Nele. E me coloquei no jogo!”.
Assim, Sara e outros jovens
de Milão colocaram as mãos à obra. Para financiar a viagem eles estão organizando,
envolvendo toda a família, três banquetes de tortas (mais de cem no total). Daqui
até julho estão também previstas outras tantas vendas em frente à Igreja aos domingos
- “graças aos nossos irmãos de comunidade temos conseguido muitos prêmios – conta
Sara.
Também na minha paróquia, um irmão que é dentista, por exemplo, colocou
como prêmio uma limpeza de dentes, um oculista um par de óculos de sol, um pintor
a pintura de um quarto e o valor conseguido com a venda dos bilhetes ajudou muito
a baixar o custo da viagem, que estamos pagando a prazo. É bom ver a providência!
Encontrei também um trabalho de babá e, até agora, pude evitar pedir um real que seja
aos meus pais. Quero muito ir à JMJ porque também é um período de aridez espiritual
para mim: espero encontrar o Senhor para que me confirme que ser cristã é viver na
felicidade, e que só a Sua Palavra liberta”.
Outro dos jovens que se prepara
para a JMJ é o Matteo. Ele tem 18 anos, está no último ano do Ensino Médio e é o mais
velho de oito irmãos. “Inicialmente não queria viajar, a viagem era muito cara e também
o Brasil me parecia um país com uma cultura muito longe da nossa, com tantos problemas
de pobreza, a violência, as favelas... Então me veio em mente a JMJ de Madri, tinha
sido uma experiência belíssima.” – explica Matteo. “Assim, não sabendo o que decidir,
abri a Bíblia ao acaso para encontrar uma inspiração e me saiu a passagem do Evangelho
da figueira sem frutos que iria ser cortada... Me acertou! Pensei que o Rio, no fundo,
poderia ser uma ocasião para que minha vida desse frutos. Assim, decidi me inscrever.
E vi que o Senhor, desde quando me decidi, me tem dotado de tranquilidade. Estou convencido
de que será uma experiência muito forte! Também pelo encontro com o Brasil, com a
sua vivacidade e com os cristãos de lá. E então, aí, talvez o Senhor nos falará mais
facilmente longe de casa e sem o peso de todas as nossas coisas”.
O caminho
neocatecumenal é um itinerário de formação cristã, iniciado na Espanha em 1964, por
iniciativa do pintor Kiko Argüello e de Carmen Hernández ao qual, mais tarde, se juntou
o padre Mario Pezzi, como resposta às novas diretrizes trazidas pelo Concílio Vaticano
II, proporcionando um caminho de redescoberta do batismo. Hoje, está presente em 110
países e conta com 95 seminários diocesanos Redemptoris Mater, espalhados por todo
o mundo, sendo três deles no Brasil (Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro). Conta
ainda com inúmeras famílias em missão, enviadas a todo o mundo para promover a implantação
da Igreja onde ela não existe. (CM-jmj)