Meio-dia, Praça de São Pedro - Papa recorda "mistério da vocação", exorta os jovens
a ouvirem o chamamento de Jesus. Apelo ao diálogo na Venezuela
O Evangelho do domingo
do Bom Pastor voltou a ser evocado pelo Papa, ao meio-dia, antes da oração mariana,
com os fiéis congregados na Praça de São Pedro. “Jesus, observou Papa Francisco, quer
estabelecer com os seus amigos uma relação que seja o reflexo daquela que ele próprio
tem com o Pai: uma relação de pertença recíproca, em plena confiança, em íntima comunhão”.
Para exprimir esta relação de amizade, Jesus usa a imagem do pastor que conhece as
ovelhas, que reconhecem a sua voz. “É sugestivo o mistério da voz” – sublinhou o Papa. “Do
tom da voz advertimos o amor ou o desprezo, o afeto ou a frieza. A voz de Jesus é
única! Se aprendermos a distingui-la Ele nos guia pelo caminho da vida, um caminho
que ultrapassa o abismo da morte”.
A certo ponto, Jesus diz, referindo-se
às ovelhas: “O Pai, que mas deu…” “Isto é muito importante, é um mistério profundo,
não fácil de compreender: se eu me sinto atraído por Jesus, se a sua voz aquece o
meu coração, é graças a Deus Pai, que pôs dentro de mim o desejo do amor, da verdade,
da vida, da beleza… e Jesus é tudo isto em plenitude!”
Nisto está – prosseguiu
o Papa, “o mistério da vocação, especialmente das chamadas a uma consagração especial”.
Daqui uma interpelação aos numerosos jovens presentes na Praça de São Pedro: “Queria
perguntar-vos: alguma vez ouvistes a voz do Senhor que, através de um desejo, de uma
inquietação, vos convidava a segui-lo mais de perto? Tendes tido desejo de ser apóstolos
de Jesus. A juventude, há que pô-la em jogo para grandes ideais. Pede a Jesus o que
Ele quer de ti e sê corajoso!”
Sendo este domingo o “Dia mundial de oração
pelas vocações”, o Papa observou que “por detrás e antes de cada vocação ao sacerdócio
e à vida consagrada, há sempre a oração forte e intensa de alguém: de uma avó, de
um avô, de uma mãe, de um pai, de uma comunidade…” Foi por isso que Jesus disse: “Rezai
ao Senhor da messe – Deus Pai – para que mande operários para a sua messe”. “As
vocações nascem na oração e da oração. E só na oração podem perseverar e dar fruto”.
Depois da oração do “Regina Coeli”, o Papa Francisco mencionou os “graves
acontecimentos” que têm vindo a acontecer na Venezuela. “Acompanho-os com viva
preocupação, com intensa oração e com a esperança que se procurem e encontrem vias
justas e pacíficas para superar o momento de grave dificuldade que o país está a atravessar. Convido
o querido povo venezuelano, de modo particular os responsáveis institucionais e políticos,
a rejeitar com firmeza todo e qualquer tipo de violência e a estabelecer um diálogo
baseado na verdade, no mútuo reconhecimento, na busca do bem comum e no amor pela
Nação.”
Papa Francisco concluiu esta referência à Venezuela pedindo aos crentes
que rezem e atuem pela reconciliação e pela paz no país, confiando-o aos cuidados
da padroeira nacional – Nossa Senhora de Coromoto.
O Santo Padre referiu também
as vítimas do terramoto que atingiu ao sudoeste da China continental. “Rezemos
pelas vítimas e por todos os que se encontram no sofrimento por causa do violento
sismo”.