2013-04-20 15:06:20

Iraque: Dom Sako rejeita 'guetos' segundo religião ou etnia


Bagdá (RV) – Os cristãos e os outros habitantes do Iraque não podem viver em guetos com base étnica ou religiosa. E a 'militarização da Primavera árabe' representa 'uma perda para todos’. Foi o que disse o Patriarca de Babilônia dos Caldeus Louis Raphael I Sako numa entrevista à emissora All-Arabiya, que foi transmitida na noite de ontem, sexta-feira.

No conversa que teve com o jornalista Hassan Moawad, e referida pela Agência Fides, Dom Sako respondeu aos boatos que circulam sobre a instalação de uma zona autônoma reservada aos cristãos iraquianos, identificada como Plano Nínive, destacando que nem os cristãos nem os pertencentes a outros grupos confessionais ou étnicos podem viver em um gueto.

As propostas de subdivisão do território iraquiano numa base sectária exprimem, segundo o Patriarca, uma abordagem obsoleta aos problemas que afligem o Oriente Médio, onde a única perspectiva adequada é a de afirmar o princípio da cidadania igual para todos, 'sejam muçulmanos, cristãos, árabes, curdos, turcomanos”.


Pelo mesmo motivo, o chefe da Igreja caldéia, considera fora de questão uma eventual instauração de um Estado Islâmico no Iraque: “o mundo mudou, é plural, diversificado”, disse o Patriarca em mérito aos planos políticos que pretendem regular por lei todos os detalhes da vida individual e coletiva, com regras tiradas do Alcoorão.

Sobre o conflito sítio, o Patriarca Sako afirmou que o regime de Assad deve acolher os pedidos de mudanças: “Defendemos as exigências de justiça e dos direitos das pessoas, e como cristãos estamos envolvidos na Primavera Árabe, quer no Egito quer na Síria”, sublinhou, mas somos contra a “militarização desta primavera”, referiu Louis Raphael I, “porque esta representa uma perda para todos”.
(JE)









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