Papa Francisco convida a pensar na responsabilidade do batismo
Cidade do Vaticano (RV) - "A força do Batismo impulsiona os cristãos a terem
coragem de anunciar Cristo, não obstante as perseguições", disse o Papa Francisco
na missa celebrada na manhã desta quarta-feira na Casa Santa Marta.
A homilia
do Papa foi inspirada na passagem dos Atos dos Apóstolos em que a primeira comunidade
cristã de Jerusalém vivia na paz e amor, mas logo após o martírio de Santo Estevão
eclodiu uma violenta perseguição. "Este é o estilo de vida da Igreja entre a paz da
caridade e a perseguição. É o que acontece sempre na história porque é o estilo de
Jesus", frisou o pontífice.
Francisco explicou que com a perseguição muitos
fiéis deixaram suas casas e levaram consigo a riqueza que tinham: a fé. A riqueza
que o Senhor tinha lhes dado.
"Os primeiros cristãos tinham apenas a força
do Batismo que lhes dava a coragem apostólica, a força do Espírito. Penso se nós batizados
temos essa força. E penso também: mas nós acreditamos nisto? Que o batismo seja suficiente
para evangelizar? Onde está esta força do Espírito que nos leva adiante?", disse ainda
o Santo Padre.
O Papa destacou a necessidade de ser "fiel ao Espírito para
anunciar Jesus com a nossa vida, com o nosso testemunho e palavras".
"Quando
fazemos isso, a Igreja se torna uma Igreja Mãe que gera filhos, filhos e filhos para
que nós, filhos da Igreja, levemos isso. Mas quando não o fazemos, a Igreja não se
torna mãe, mas Igreja babá, que nina a criança para dormir. É uma Igreja dormente.
Pensemos em nosso batismo, na responsabilidade de nosso batismo", disse Francisco.
O
Papa recordou as perseguições no Japão do século 17, quando os missionários católicos
foram expulsos e as comunidades cristãs permaneceram por 200 anos sem sacerdotes.
Ao seu retorno, os missionários encontraram "todas as comunidades no local, todos
batizados, catequizados, todos casados na Igreja", graças ao trabalho dos batizados.
"Existe
uma grande responsabilidade para nós, batizados: anunciar Cristo, levar adiante a
Igreja, essa maternidade fecunda da Igreja. Ser cristão não é fazer carreira num escritório
para se tornar advogado ou um médico cristão, não. Ser cristão é um dom que nos faz
ir em frente com a força do Espírito no anúncio de Jesus Cristo", sublinhou Francisco.
"Durante
a perseguição dos primeiros cristãos, recordou o Papa, Maria rezava muito e animava
os batizados a irem em frente com coragem".
"Peçamos ao Senhor a graça de sermos
batizados corajosos e confiantes de que o Espírito que temos em nós, recebido no batismo,
nos incentive sempre a proclamar Jesus Cristo com nossa vida, com o nosso testemunho
e também com as nossas palavras. Que assim seja", concluiu o pontífice. (MJ)