Papa no Regina Coeli convida a rezar pelos cristãos perseguidos
Cidade do Vaticano (RV) - Cerca de oitenta mil fiéis e peregrinos rezaram o
Regina Coeli conduzido pelo Papa Francisco, neste lindo domingo de sol, na Praça São
Pedro.
Em sua alocução, o pontífice se deteve brevemente na passagem do livro
dos Atos dos Apóstolos que se lê na liturgia deste 3° Domingo de Páscoa.
"Este
texto refere que a primeira pregação dos Apóstolos em Jerusalém encheu a cidade da
notícia que Jesus tinha verdadeiramente ressuscitado segundo as Escrituras e era o
Messias anunciado pelos profetas", disse o Papa Francisco, acrescentando:
"Os
sumos sacerdotes e os chefes da cidade procuraram cortar pela raiz a comunidade de
fiéis em Cristo e fizeram aprisionar os apóstolos, ordenando-lhes de não ensinar mais
em seu nome. Mas Pedro e os outros onze responderam: É preciso obedecer antes a Deus
do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus o exaltou à sua direita
como chefe e salvador. E desses fatos somos testemunhas nós e o Espírito Santo. Então,
flagelaram os Apóstolos e ordenaram-lhes de não falarem novamente no nome de Jesus.
E eles foram embora, contentes por terem merecido sofrer insultos por causa do nome
do Senhor."
O pontífice então perguntou: "Onde encontravam os primeiros discípulos
a força para esse testemunho? Não só. De onde vinha a alegria e coragem para anunciar,
não obstante os obstáculos e a violência? Não podemos nos esquecer que os apóstolos
eram pessoas simples, não eram escribas, doutores da lei, nem pertencentes à classe
sacerdotal. Como puderam, com seus limites e a oposição por parte das autoridades,
encher Jerusalém com seus ensinamentos? É claro que somente a presença com eles do
Senhor Ressuscitado e a ação do Espírito Santo podem explicar este fato. A sua fé
se baseava numa experiência tão forte e pessoal de Cristo morto e ressuscitado que
eles não tinham medo de nada nem de ninguém, e até mesmo viam as perseguições como
um motivo de honra, que lhes permitia seguir os passos de Jesus e assemelhar-se a
Ele, testemunhando com a vida".
Francisco ressaltou que "a história da primeira
comunidade cristã nos diz algo muito importante, que vale para a Igreja de todos os
tempos, e também para nós: quando uma pessoa verdadeiramente conhece Jesus Cristo
e crê nele, experimenta a Sua presença na vida e a força de sua ressurreição, e não
pode deixar de comunicar esta experiência. E, se encontra incompreensões ou adversidades,
se comporta como Jesus em sua Paixão: responde com amor e com a força da verdade".
O
Papa convidou a pedir a Maria Santíssima "para que a Igreja em todo o mundo anuncie
com franqueza e coragem a Ressurreição do Senhor e testemunhe de maneira eficaz com
sinais de amor fraterno". Ele convidou a rezar especialmente pelos cristãos que sofrem
perseguição: "que eles sintam a presença viva do Senhor Ressuscitado", disse.
Após
o Regina Coeli, o Papa Francisco recordou a beatificação neste sábado, em Veneza,
Itália, de Pe. Luca Passi, sacerdote de Bérgamo, do século XIX, fundador da Obra Secular
Santa Dorotéia e do Instituto das Irmãs Mestras de Santa Dorotéia.
O pontífice
lembrou também que neste domingo na Itália se celebra o Dia da Universidade Católica
do Sagrado Coração, sobre o tema "As novas gerações para além da crise."
"Esta
Universidade nasceu da mente e do coração de Pe. Agostino Gemelli e com um grande
apoio popular formou milhares e milhares de jovens a serem cidadãos competentes e
responsáveis, construtores do bem comum. Convido a apoiar sempre esta Universidade
para que continue oferecendo às novas gerações uma ótima formação para enfrentar os
desafios do tempo presente", destacou Francisco.
A seguir, o Papa saudou os
peregrinos de vários países, as famílias, grupos paroquiais, movimentos e jovens.
Saudou de modo especial os meninos e meninas que estão se preparando para o Sacramento
do Crisma. (MJ)