2013-04-12 18:11:15

O 'efeito Francisco' na Argentina, um mês após a eleição


Buenos Aires (RV) – Um mês após aquele memorável 13 de março, em que a Argentina ficou pasma diante da ‘incrível notícia’ vinda da Praça São Pedro, o país lentamente vai se habituando ao fato de que a Igreja Católica está sendo guiada pelo compatriota Jorge Bergoglio.

O impacto da eleição do então Cardeal-arcebispo de Buenos Aires à Cátedra de Pedro foi forte. Na capital Buenos Aires, a sua imagem está por tudo: jornais, revistas, vitrines, livrarias, muros, out-doors, espaços televisivos. Os cartórios, por sua vez, contabilizam um aumento dos registros de nomes como ‘ Francisco’ ou ‘Francisca’ dos recém nascidos.

No plano religioso, o ‘efeito Papa’ mais imediato foi verificado nas Igrejas, onde houve um retorno significativo de fiéis às missas e também às confissões. Muitos falam em uma ‘primavera da fé’, que vem acompanhada de um aumento no turismo religioso, sobretudo na Páscoa. Neste contexto, é aguardada com expectativa a confirmação de uma provável visita de Francisco à Argentina em dezembro.

No plano político, o início do Pontificado foi ‘movimentado’, devido a antigas polêmicas envolvendo dois jesuítas presos pela ditadura. Polêmicas estas já esquecidas, também devido à interferência do Prêmio Nobel da Paz, Perez Esquivel – que foi recebido pelo Papa Francisco no Vaticano - e de representantes das mães da Praça de Maio.

O que também torna sempre ‘viva’ a presença de Bergoglio no país são os seus eventuais telefonemas. Em qualquer parte da Argentina, toca o telefone, normalmente na parte da manhã - devido à diferença no fuso horário. Quem chama é o Papa Francisco, da Itália, querendo falar com amigos, religiosos, familiares, autoridades, como por exemplo com sua irmã Elena ou com um sacerdote da Província de Salta, que foi cumprimentado por ocasião do seu aniversário.

E a imaginação é exercida com liberdade, também por parte de jornalistas. Em Buenos Aires se falou de um ‘Papa Peronista”, ou então, um jornal que escreveu que Bergoglio exercita uma liderança similar àquela exercida por Juan Domingos Perón, em função do compromisso com os mais pobres e de sua sensibilidade e desejo de fazer as coisas, observações estas que, segundo analistas, são ‘um tanto audazes’.

(JE)








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