Publicado "Cartas de Fé e amizade", livro com cartas de João XXIII e Paulo VI
Bérgamo (RV) – Há 50 anos da morte de João XXIII e da eleição de Paulo VI,
as edições Studium publicam o livro “Cartas de Fé e Amizade”, escrito pelo ex-Secretário
de João XXIII, Dom Loris Capovilla e Marco Roncalli. O livro será apresentado na sexta-feira
12 de abril, às 17 horas, no Centro João XXIII, em Bérgamo, durante um Seminário dedicado
aos dois Papas do Concílio.
A obra inédita, que já está nas livrarias italianas,
contém 200 cartas trocadas entre Angelo Roncalli, depois Papa João XXIII e João Batista
Montini, depois Papa Paulo VI. Por detrás de cada um deles, duas famílias e dois lugares,
duas cidades e duas dioceses, Sotto il Monte e Concesio, Bergamo e Brescia, os lugares
de suas raízes, da vocação, da formação, aos quais se sentem agradecidos, sem esquecer
toda uma tradição da Lombardia presente no caminho da vida eclesial e civil. As cartas
são a prova da profunda comunhão espiritual entre os dois, projetada sobre o essencial
e em horizontes mais altos, na consciência de uma presença, a da Graça.
A primeira
carta encontrada é de 1925 e documenta um convite para um momento de oração. Foi enviada
por Montini a Roncalli, que não pode participar por ser véspera de sua ordenação episcopal.
A última carta, por sua vez, é de 25 de maio de 1963 e leva a assinatura de quem se
tornou Arcebispo de Milão e Cardeal e se dirige ao amigo Papa (Papa desde 28 de outubro
de 1958), contando a ele de poder participar da segunda sessão do Concílio “renovado
nas forças do corpo e sempre magnífico do espírito”.
No intervalo entre estas
duas cartas, estão outras seis enviadas de Istambul - onde Roncalli foi Delegado Apostólico
da Turquia e da Grécia -, para a Secretaria de Estado, onde Montini havia sido recém
substituído; 74 entre Roncalli – Núncio em Paris -, e Dom Montini, sempre mais próximo
a Pio XII; 73 entre o Patriarca de Veneza e Montini, logo Arcebispo de Milão e 57
relativas ao Pontificado.
As cartas, sempre escritas num clima de amizade e
estima, trazem informações preciosas, como a perseguição dos judeus durante a II Guerra,
a situação na França liberada, as experiências pastorais na Cátedra de São Marcos
e Santo Ambrósio, a Vigília do Conclave de 1958 e o anúncio do Concílio. (JE)