2013-04-09 19:55:51

Patriarca Copta denuncia negligência das autoridades egícias nas violências do domingo


Cairo (RV) - O Patriarca dos Copto-ortodoxos, Tawadros II, denunciou nesta terça-feira, em entrevista ao canal privado de televisão local ONTV, “a negligência e a má gestão” das autoridades egípcias durante os distúrbios do último domingo na Catedral do Cairo. “Vejo que o que ocorreu ultrapassou todas as linhas vermelhas. A má gestão, a negligência e a má avaliação estão muito claras em tratar a crise que ocorreu. Este é um assunto que nos causou muita dor”, assegurou o Chefe da Igreja Copta, que representa uma minoria religiosa no Egito, de maioria muçulmana.

Ao menos três pessoas morreram no domingo e mais de cem resultaram feridas nos distúrbios desencadeados no Cairo e na localidade de Al Jusus, depois de um funeral de quatro cristãos que morreram na véspera, em choques com muçulmanos, nesta pequena cidade localizada ao norte da capital egípcia.

“O Presidente egípcio prometeu oferecer de tudo para garantir a segurança da Catedral, porém, não foi o que encontramos”, denunciou Tawadros, fazendo alusão a uma conversa telefônica que ambos mantiveram antes destes últimos conflitos.

Tawadros defende uma postura firme do Estado e das leis, pois “o que ocorreu ultrapassou todas as linhas da liberdade e chegou a um estado de agressão total”. O líder dos Coptas condenou, especificamente, os acontecimentos registrados nas imediações da Catedral Copta e salientou que “a Igreja egípcia, um símbolo nacional, nunca havia sido atacada ao longo de 2.000 anos e durante períodos bem piores”.

Os enfrentamentos entre muçulmanos e cristãos no Cairo, tiveram origem na localidade de Al Justus, no dia anterior, por razões ainda desconhecidas.

No domingo, milhares de cristãos coptas participaram das Exéquias de 4 cristãos que perderam a vida nos choques. O funeral acabou numa batalha campal, nas proximidades da Catedral de Abasiuya. A origem dos conflitos no Cairo ainda não estão claras.

Fontes policiais e ativistas cristãos afirmaram que a violência teve início quando um grupo de desconhecidos lançou pedras quando os assistentes saíam da Catedral. Uma fonte do Ministério do Interior, por sua vez, disse que alguns participantes do funeral danificaram veículos estacionados na área do Catedral, o que provocou a ira dos vizinhos, originando as violências.

(JE)







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