2013-04-09 15:46:13

"Papa Francisco, como pensa o novo Pontífice", é o livro com passagens da vida de Bergoglio


Madrid (RV) – “Aos 17 anos, em 21 de setembro, dia de início da Primavera, Bergoglio entrou em uma Igreja e se confessou. “Vi aproximar-se um sacerdote que não conhecia e que ia a um confessionário. Arrastado por uma força que não sei explicar, me aproximei e confessei. Quando me levantei, soube que ia ser um sacerdote”, disse Bergoglio”.

Esta é uma das muitas histórias sobre Jorge Mario Bergoglio contadas pelo jornalista argentino Armando Rubén Puente na obra “Papa Francisco, como pensa o novo Pontífice”. O autor, que foi Presidente da Associação de Correspondentes de Imprensa Estrangeira na Espanha, teve a colaboração dos jornalistas espanhóis Álex Rosal e Carmelo López-Arias na elaboração do livro.

O jornalista, além dos acontecimentos de que foi testemunha, também recolheu histórias sobre Bergoglio contadas por paroquianos e amigos. Através da ‘Agencia de Información Católica de Argentina’ (AICA), o jornalista teve acesso a muitas informações, permitindo que a publicação fosse enriquecida por trechos de homilias e discursos pronunciados por Bergoglio nos últimos dez anos.

“O Papa Francisco foi um 'pároco de bairro', que não se contentava somente em saber o nome de seus paroquianos, mas queria saber também o nome dos cães e de outros mascotes que estes pudessem ter”, conta o jornalista, explicando a proximidade de Bergoglio com os paroquianos. O Cardeal-arcebispo de Buenos Aires sempre foi um homem acessível. Costumava atender pessoalmente às chamadas telefônicas dizendo: “Sou o Pe. Bergoglio, o que você gostaria?”.

Jorge Bergoglio nasceu em 1936 no Bairro de Flores, um dos mais populares da capital argentina. Ele é o mais velho de cinco irmãos. Sua mãe ficou parcialmente paralítica ao dar à luz a Madalena, a última filha e única irmã de Bergoglio que ainda vive. Em função disto, ele teve que aprender a cozinhar e viveu muitos anos com sua avó.

Na sua casa não passou por necessidades, porém, eles não tinham carro e nem condições de veranear. Até os 17 anos levou uma vida normal como qualquer jovem. “Dançava tango – segundo o autor -, mesmo se preferisse a milonga, jogava futebol e basquete, saía com os amigos e estudava". O San Lorenzo de Almagro é o time de coração da família. Aos 21 anos, Beroglio ingressou no Seminário.

Os autores destacam no livro que Bergoglio fez tudo o que estava ao seu alcance, nos anos 70, em favor dos perseguidos durante a ditadura militar. Ele conseguiu ajudar, entre outros, os jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics, após um encontro com o Almiurante Massera e o General Videla. Porém, não teve êxito no caso da neta do poeta Juan Gelman.

Em 2001 foi nomeado Cardeal e, a partir de então, percorreu todas as paróquias da diocese, sem nunca ter usado o carro oficial a ele destinado. Pontes afirma no livro, que Bergoglio comia sozinho e não aceitava convites para banquetes, exceção feita se o convite viesse de uma família humilde.

Francisco fala, além do espanhol, italiano, francês e alemão. Gosta da poesia de Holderlin, da Divina Comédia de Dante Alighieri e do romance italiano “Os noivos”, de Manzoni. Lê Dostoievisky e conheceu pessoalmente Luis Carlos Borges, “um agnóstico que todas as noites rezava o Pai Nosso porque havia prometido a sua mãe”, contou Bergoglio.

O livro também conta as inquietudes e pensamentos sobre temas de atualidade do Papa Francisco. Ele critica o 'capitalismo selvagem', assegurando que “o dinheiro também tem pátria e aquele que explora uma indústria no país e leva o dinheiro para guardá-lo em outro país está pecando”.(JE)








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