2013-04-04 17:16:46

O pensamento do Cardeal Bergoglio sobre diversos temas, em livro nas bancas italianas


Roma (RV) – Nas bancas italianas, desde a última semana, o livro “O céu e a terra” (Mondadori, 211 pág.), escrito na forma de um diálogo entre o então Cardeal Bergoglio e o Rabino Abraham Skorka. Ao longo da conversa, Bergoglio revela seu pensamento sobre temas diversos e algumas passagens de sua vida. A edição argentina é de 2010.
Alguns gestos feitos pelo Papa Francisco, como a visita ao Instituto para Menores Casal del Marmo, na última Quinta-feira Santa, são melhor compreendidos e assumem maior significado quando se lê o que escreveu o Cardeal Bergoglio quando era Arcebispo de Buenos Aires: “Me dá desgosto visitar uma prisão, porque aquilo que se vê é muito duro, mas mesmo assim eu vou, porque o Senhor deseja que eu me encontre com os necessitados, os pobres, os sofredores”, escreveu Bergoglio.
Sobre a eutanásia Bergoglio disse que no caso dos doentes terminais “não somos obrigados a conservar a vida com métodos extraordinários”, mas “Ai!...à eutanásia disfarçada, quando por falta de meios, o ancião não é assistido como deve e é tratado como se fosse objeto de descarte”.
Em relação ao comunismo e capitalismo, o Cardeal Bergoglio disse que estão “ligados na sua perversão espiritual” e “em ambos os sistemas, mesmo antagonistas, se pode encontrar a imagem do ópio”.
A questão do sacerdócio feminino, para o Cardeal Bergoglio: “a mulher tem uma outra função, que se reflete na figura de Maria”, que assume uma posição crítica em relação ao feminismo, pois “coloca as mulheres num nível de luta reivindicativa, mas elas são muito mais do que isto”, no sentido de que tem um valor bem maior.
Por fim, no livro são encontrados prenúncios e indicações sobre os gestos do Papa nestes primeiros dias de Pontificado. Ao fazer a escolha de uma Igreja para os pobres, escrevia Bergoglio na época: “o compromisso deve ser num corpo a corpo”, devemos “estabelecer um contato com os necessitados”, e também por este motivo os sacerdotes devem saber “andar no barro”.
“Hoje – contava o futuro Papa ao Rabino Skorka -, os padres não usam mais a batina. Mas um sacerdote recém ordenado fazia isto e alguns párocos o criticavam por isto. Então perguntei a um sábio sacerdote: Não é bom que se use a batina? E ele respondeu: O problema não é se usa ou não a batina, mas se é capaz de tirá-la quando deve fazê-lo, para trabalhar com os outros”.
A recordação mais pessoal revelada no diálogo com o Rabino é para explicar sua posição sobre o celibato sacerdotal: “Quando eu era seminarista, fiquei deslumbrado com uma jovem que conheci no casamento de um tio. Fiquei tocado pela sua beleza, pela sua perspicácia.....fiquei confuso por um tempo, me tirou do ar”.
Porém, depois deste período, ele tomou uma decisão: “Voltei a escolher o caminho religioso” e observa: “eu sou favorável a manutenção do celibato sacerdotal, com todos os prós e contras que comporta, pois são dez séculos de experiências, mais positivas que de erros”.
(JE)








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