2013-03-30 13:40:27

Editorial: Coisas do coração


Cidade do Vaticano (RV) – RealAudioMP3 Uma multidão de fiéis, peregrinos e turistas, viveu esta Semana Santa em Roma de modo diferente: quase todos com a expectativa de ver, ouvir, e por que não cumprimentar o novo Pontífice, Papa Francisco? A semana ápice da fé do cristão, quando recordamos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, a Paixão e Morte de Jesus, mas principalmente a espera da Sua Ressurreição, teve momentos que tiveram mais uma fez como figura central o Papa latino-americano. De fato, Papa Francisco dá a impressão de trazer toda a simplicidade dos gestos e das palavras da nossa Igreja sofrida, que por muitos anos, em meio a ditaduras e perseguições viveu pari passo, o drama dos excluídos e deserdados da sociedade. Papa Francisco parece resgatar todos aqueles anos de tristeza e de humilhações com palavras que provém, mais do que da boca de um Pontífice, da boca do nosso Pároco, que está na nossa paróquia. De fato, Papa Bergoglio se firma cada vez mais com um “pároco do mundo”.
Para salientar alguns momentos desta importante Semana Santa, vividos com o novo Pontífice, o nosso olhar retorna para o último domingo, Domingo de Ramos, e Jornada Mundial da Juventude, realizada em todas as dioceses do mundo. Após a cinematográfica procissão de ramos no interior da Praça São Pedro, na homilia da Santa Missa, o Santo Padre chamou a atenção para três palavras que sintetizaram o seu discurso: alegria, Cruz e jovem. E a primeira frase forte: "Jamais sejam homens e mulheres tristes: um cristão jamais pode sê-lo! Jamais se deixem desencorajar! E por favor, não deixem roubar a esperança de vocês!
Quando fala da Cruz recorda que “foi com a cruz que Jesus venceu o mal”. "Penso naquilo que Bento XVI dizia aos cardeais, "Os senhores são príncipes, mas de um Rei crucificado. Este é o trono de Jesus". Olhemos ao nosso redor: tantas feridas infligidas pelo mal à humanidade. “Todos nós podemos vencer o mal que existe em nós e no mundo: com Cristo, com o Bem!” A terceira palavra de Papa Francisco "jovem". Domingo de Ramos há 28 anos é sinônimo de Jornada da Juventude. A JMJ é uma festa por excelência e vocês, caros jovens, disse o Papa “têm uma parte importante na festa da fé”. “Vocês nos trazem a alegria da fé. O pensamento do Pontífice dirigiu-se à JMJ do Rio de Janeiro, etapa que será vivida – anunciou – nas pegadas de João Paulo II e de Bento XVI: "Encontremo-nos naquela grande cidade do Brasil!
Durante a semana, nas várias missas celebradas na Casa Santa Marta, onde ainda reside Papa Francisco, o Santo Padre pediu que nestes dias pensássemos na paciência que Deus tem com cada um de nós. “Quando se pensa na paciência de Deus: isso é um mistério!", exclamou o Papa Francisco. “Quanta paciência Ele tem conosco! Fazemos tantas coisas, mas Ele é paciente”.
Devemos ainda, disse em outra ocasião, abrir o coração à doçura do perdão de Deus: “Todo homem vive a "noite do pecador", mas Jesus tem uma “carícia” para todos recordando o olhar com o qual Jesus perdoou Pedro após este renegá-Lo.
Na quarta-feira, durante a sua primeira Audiência Geral na Praça São Pedro Papa Francisco se interrogou mais uma vez sobre o “que significa viver a Semana Santa”. E respondeu: “É acompanhar Jesus no seu caminho rumo à Cruz e à Ressurreição”. Na Semana Santa, vivemos o vértice dessa caminhada de Jesus, que se entregou voluntariamente à morte para corresponder ao amor de Deus Pai. O Papa então perguntou: “O que tudo isso tem a ver conosco? Significa que esta é também a minha, a sua, a nossa caminhada”.
Já na quinta-feira de manhã, na missa do Crisma, na Basílica de São Pedro, Papa Francisco, diante de mais de 1.600 sacerdotes pediu-lhes que não sejam homens tristes, nem fechados sobre eles mesmos: pediu para que sejam “pastores com cheiro das ovelhas, pastores no meio do seu rebanho”.
Na quinta-feira Santa à tarde o Papa Francisco foi até o Instituto Penal para Menores de Casal del Marmo, em Roma para presidir a Santa Missa da Ceia do Senhor. Também ali abraçou idealmente todos os jovens do mundo, sem exceção e repetiu o gesto do lava-pés. No final do encontro, um dos jovens presentes fez uma pergunta a Papa Francisco. “Gostaria de saber por que o Senhor veio hoje aqui em Casal del Marmo? O Santo Padre respondeu: “É um sentimento que veio do coração, eu senti isto. Onde estão aqueles que talvez me ajudarão mais a ser humilde, a ser servidor como deve ser um bispo. E eu pensei, e eu perguntei: “Onde estão aqueles que gostariam de uma visita?” E me disseram: “Casal Del Marmo, talvez”. E quando me disseram isto, decidi vir aqui. Mas isto veio do coração, somente do coração. As coisas do coração não tem explicação, elas vem sozinhas”, frisou.
Depois da Adoração da Cruz na tarde da sexta-feira Santa, à noite, no Coliseu, a tradicional Via Sacra, cujas meditações foram escritas por jovens libaneses, a pedido do Papa emérito Bento XVI. Nas suas palavras conclusivas Papa Francisco recordou que “a Cruz de Jesus é a Palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo. Às vezes parece-nos que Deus não responda ao mal, que permaneça calado. Na realidade, Deus falou, respondeu, e a sua resposta é a Cruz de Cristo: uma Palavra que é amor, misericórdia, perdão”. No sábado a celebração da Vigília Pascal, e no domingo, a Missa de Páscoa e a mensagem Urbi et Orbi.
Neste resumo que pode parecer até mesmo redutivo desta semana, notamos quantos convites o Papa nos fez para que vivamos a nossa fé com ardor, recordando que a Semana Santa é um tempo de graça que o Senhor nos doa para abrir as portas do nosso coração, da nossa vida e sair ao encontro do nosso próximo e levar a ele aquele raio de amor que brota do lado traspassado de Jesus. Sim o convite é levar a todos o amor e a ternura de Deus. Feliz Páscoa, na Ressurreição de Cristo! (Silvonei José)








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