2013-03-27 11:32:56

“Os planos de transferência dos refugiados são irreais”, afirma Caritas Somália


Mogadíscio (RV) - “Os deslocados internos em Mogadíscio vivem em condições difíceis, sob a ameaça de extorsão e de expulsão”, denuncia o último relatório da Caritas Somália enviado à Agência Fides.

O relatório, mesmo reconhecendo certo melhoramento nas condições gerais de vida na capital somali, afirma que a situação dos refugiados permanece precária. “Os deslocados em Mogadíscio devem fazer frente à insegurança, inclusive estupros e outras formas de violência sexual”, afirma o documento.

Segundo o Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), em Mogadíscio existem 369.000 deslocados internos. Desses, cerca de 270.000 poderão ser transferidos em três campos na periferia da capital, de modo a aliviar a superlotação do centro da cidade.

Este projeto, porém, suscita preocupações “pelas inadequadas capacidades do governo e pela insegurança e o acesso aos serviços nas novas instalações”. Por fim, vários deslocados poderiam não estar dispostos a transferências para outros campos.

A Somália deve fazer frente ao problema de oferecer um alojamento mais adequado para pelo menos 1.200.000 deslocados internos e mais de um milhão de refugiados que encontraram asilo nos países limítrofes (Eritreia, Etiópia, Quênia, Uganda, Tanzânia, Djibuti e Iêmen).

“O governo somali ainda não está pronto a abrigar os quase 600.000 refugiados somalis que vivem principalmente no Quênia e na Etiópia. Mesmo assim, as autoridades somalis estão elaborando um ambicioso plano para criar centros de acolhimento de grandes dimensões dentro da Somália, perto da fronteira com o Quênia”, releva a Caritas Somália.

“Espera-se poder transferir centenas de milhares de refugiados nos novos campos até o final de 2013. A aplicação deste plano não só é irreal, mas poderia também expor os refugiados indefesos a situações de perigo”, conclui o relatório.

(BF)







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