Cidade do Vaticano (RV) - Em setembro de 1940, Angelo Roncalli teve contato
pela primeira vez com o sofrimento do povo judeu, quando contactou e ajudou refugiados
judeus vindos da Polônia a chegar na Palestina, naquela época território sob mandato
britânico.
Durante a II Guerra Mundial, Angelo Roncalli estava sediado na Turquia
neutra, onde conseguiu salvar muitos judeus com a distribuição gratuita de permissões
de trânsito fornecidos pela Delegação Apostólica, de certificados de imigração para
a Palestina, arranjados por organizações judaicas e de certificados de Batismo temporários,
pois os nazistas não prendiam judeus batizados ou protegidos pela Igreja Católica
por respeito à neutralidade da Santa Sé.
Graças aos esforços realizados conjuntamente
entre Igreja Católica, diplomatas e Agências judaicas foi possível a 100 mil judeus
sobreviver à ocupação alemã da Hungria. No final da Guerra, estimou-se que entre 24
a 80 mil judeus foram salvos somente com os certificados de batismo.
Este trabalho
teve o reconhecimento da Fundação Internacional Raoul Wallenberg, que desde o ano
2000 defende a atribuição a Roncalli do prêmio “Justo entre as nações”, em reconhecimento
por este trabalho humanitário.
Durante o seu pontificado, João XXIII retirou
da liturgia da Sexta-feira Santa as duras expressões relativas aos judeus e inaugurou
uma nova era no relacionamento e diálogo judaico-cristão. Ma declaração Nostra
Aetate, aprovada pelo Concílio Vaticano II, rejeitou definitivamente as acusações
de deicídio ao povo judaico e condenou o anti-semitismo.
O Rabino da comunidade
judaica de São Paulo, Michel Schlesinger, falou sobre a importância do Papa João
XXIII no diálogo com o mundo judaico: