2013-03-25 19:38:40

Arcebispo de Los Angeles: reforma da imigração constitui maior emergência dos direitos civis nos EUA


Los Angeles (RV) - O Arcebispo de Los Angeles e presidente da Comissão para as migrações da Conferência Episcopal dos EUA (Usccb), Dom José Gomez, dirigiu um novo veemente apelo em favor de uma reforma integral da lei sobre a imigração que assegure aos imigrados um percurso voltado para a aquisição da cidadania.

E o fez com palavras fortes, invocando a tradição de acolhimento e os princípios fundadores dos EUA, que a atual sociedade estadunidense parece ter esquecido:

"Perdemos a capacidade de entender a humanidade de homens, mulheres e crianças que vivem ilegalmente em nosso país, e como pastor isso me preocupa. Preocupa-me que estamos perdendo algo da alma da nossa nação", disse o prelado num pronunciamento em uma conferência organizada pela comunidade judaica da cidade.

Recordando as grandes batalhas dos anos sessenta em prol dos direitos civis nos EUA, Dom José Gomez definiu a reforma da imigração como "a mais urgente emergência dos direito civis do nosso tempo".

Em seguida, o arcebispo de origem mexicana apontou o dedo contra a criminalização dos imigrados irregulares e as políticas abusivas adotadas contra eles: expulsões, detenções, famílias separadas com a força.

"Não sou um político, sou um pastor, mas estamos falando de seres humanos, de pais e maridos que, sem aviso prévio, durante anos não podem voltar para casa e rever suas famílias." Estamos falando de políticas governamentais que punem as crianças devido a irregularidades dos pais, disse.

Segundo Dom José Gomez, este modo de tratar a questão da regulamentação dos fluxos migratórios é o fruto de uma sociedade secularizada que perdeu "a capacidade de falar dos problemas em termos religiosos e morais". Nesse sentido, as comunidades cristãs e judaicas podem dar a sua contribuição:

"Devemos ajudar os nossos irmãos e irmãs a se recordarem da visão que inspirou o nascimento dos EUA: a visão da Bíblia e do Evangelho", afirmou o prelado, recordando o convite dirigido pelo Papa Francisco na missa de 19 de março de início do Pontificado a "custodiar", a cuidar de todo ser humano.

"Devemos comunicar a quem está perto de nós esta visão de Deus e da pessoa humana, que foi feita à imagem e semelhança de Deus. Somos todos filhos e filhas de Deus e ninguém é estrangeiro", concluiu o arcebispo de Los Angeles.

Há muito tempo, os bispos estadunidenses conduzem uma intensa batalha em favor de políticas que tutelem os direitos e a dignidade dos imigrados e pedem uma reforma que equilibre o respeito pelo Estado de direito com a tradição acolhimento, do país. Pedido este reiterado num recente encontro de uma delegação de 15 líderes religiosos com o Presidente Obama. (RL)







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