O Documento de Aparecida e a eleição de um Papa do "Continente da Esperança"
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro de todas as semanas
dedicado à "Nova Evangelização e Concílio Vaticano II", cujo espaço de formação neste
mês de março chega a seu quarto ano propondo-se efetivamente, aos nossos ouvintes,
como espaço de formação e aprofundamento do nosso programa.
Na edição de hoje
queremos tratar do "Concílio Vaticano II 50 anos depois" lançando nosso olhar para
a caminhada da Igreja na América Latina com uma abordagem muito pertinente ao momento
em que estamos vivendo – para nós de muita alegria –, com a eleição de um Papa pela
primeira vez americano, vindo justamente do subcontinente latino-americano, em cuja
porção do Povo de Deus representamos 42% dos católicos do mundo inteiro.
Pois
bem, dias atrás apontamos neste espaço que os documentos de Medellín (1968), Puebla
(1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007) continuam, a seu tempo, na esteira
do Concílio Vaticano II, não só acolhendo, mas também aplicando o Concílio. Tais documentos
são também conseqüência da caminhada feita pela Igreja na América Latina ao longo
destes 50 anos do Concílio, sendo uma atualização do mesmo.
De fato, em Medellín,
Puebla, Santo Domingo e Aparecida vemos a caminhada da Igreja na América Latina. "Vemos
a Igreja que está não só lendo ou relendo os documentos conciliares, mas tentando
ver todas as implicâncias, à luz do momento, na nossa realidade".
Nesse sentido,
a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em maio
de 2007, em Aparecida – cujo texto conclusivo constitui o "Documento de Aparecida"
–, tentou fazer toda uma síntese de caminhada.
"É um documento conciliar já
vivenciado e traduzido na nossa realidade", ponderou-nos categoricamente, neste espaço,
em uma sua colocação muito lúcida, o bispo de Juazeiro da Bahia, Dom José Geraldo
da Cruz.
Como ressaltado dias atrás, o então Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal
Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco, teve participação preponderante na Conferência
de Aparecida, sendo presidente da Comissão de redação do texto conclusivo do referido
"Documento de Aparecida".
"Ele foi um dos grandes, foi a alma do Documento
de Aparecida. Foi um dos que dirigiu todo o trabalho em Aparecida e todo o Documento
de Aparecida deve muito ao Cardeal Bergoglio, hoje Papa Francisco", disse-nos à Rádio
Vaticano o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.
A propósito
do Documento de Aparecida e de sua pertinência em relação ao papel ativo do agora
Papa Francisco na preparação e elaboração final deste texto, eis as considerações
do Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Dom Murilo Sebastião Ramos
Krieger. A entrevista é da colega Mariângela Jaguraba. Vamos ouvir: (RL)