2013-03-22 12:00:48

Guatemala: mensagem dos bispos para a Via Sacra do Migrante


Petén (RV) - A mensagem para a Via Sacra do Migrante 2013, Dia que a Igreja da Guatemala celebrou no último dia 16 de março, chamou a atenção para “a chaga das deportações e da indiferença” diante dos milhares de pessoas que na tentativa de melhorar as próprias condições de vida, sofrem violências e são vítimas de ações xenófobas e discriminatórias.

Segundo o documento publicado por Dom Mário Fiandri, Bispo do Vicariato Apostólico de Petén, Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral da Mobilidade Humana, a cada hora 14 guatemaltecos emigram, o que significa que cerca 330 pessoas por dia buscam melhores oportunidades de crescimento pessoal e familiar.

Além do insistente pedido de políticas concertas ao governo para que crie adequadas condições sócio-econômicas a fim de evitar e conter o fluxo migratório, o documento reafirma a urgência da reforma migratória anunciada pelo re-eleito Presidente estadunidense, Barak Obama, e que representa um grande alívio para cerca de 12 milhões de migrantes latino-americanos em situação irregular e, portanto, sujeitos a controles e deportações.

“A intenção de fechar e militarizar as fronteiras estadunidenses – lê-se na mensagem do episcopado – faz somente com que o fluxo de migrantes seja canalizado para lugares perigosos controlados por grupos de narcotraficantes e pelo crime organizado”. Além do mais, a Igreja exprime a sua preocupação pelas ações frequentemente desumanas e xenófobas contra as comunidades de imigrantes nos Estados Unidos, vítimas da intolerância, da discriminação e do ódio racial.

Por sua vez, a mensagem condena o México pelas ações de interceptação, de detenção e de deportação de imigrantes, e acrescenta que as deportações realizadas pelas autoridades mexicanas são iguais ou maiores em proporção às atuais praticadas pelos Estados Unidos via aérea.

Diante desta contínua violação dos direitos humanos, da integridade física e da vida dos migrantes na tentativa de sobreviver, a Igreja da Guatemala pede aos “governos centro-americanos para que de modo individual ou coletivo, constituam uma ‘lobby’ que possa agir nos setores que fazem aposição à reforma migratória” no Congresso dos Estados Unidos, fazendo pressão principalmente “sobre a evidente influência eleitoral da comunidade hispano-americana nos Estados Unidos”.

Enfim, a mensagem da Comissão da Pastoral da Mobilidade Humana do Episcopado da Guatemala pede que seja derrotada a indiferença e seja embocado o caminho da solidariedade, da vontade política e pessoal de oferecer ao imigrante acolhida, hospitalidade e caridade. (SP)








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