2013-03-22 18:21:10

Fundadora da 'Mães da Praça de Maio' reconhece trabalho pastoral do Papa 'dom Francisco'


Buenos Aires (RV) - Hebe Bonafini, uma das fundadoras das ‘Madres de Plaza de Mayo’, escreveu nesta quinta-feira uma carta ao Papa, a quem se dirige como ‘dom Francisco’, onde reconheceu seu trabalho pastoral e pede um reconhecimento para todos os membros da Igreja dizimados pelas ditaduras.

Na carta, a dirigente disse que ‘descobre recém agora’ este ‘dom Francisco’, pois desconhecia o seu trabalho pastoral e revelou que se surpreendeu ao escutar de muitos de seus companheiros relatos sobre a ‘entrega’ de Jorge Bergoglio e de seu trabalho nas zonas mais pobres de Buenos Aires.

“Eu sabia somente que o máximo dirigente da Igreja argentina morava na Catedral, esta Catedral que quando marchávamos e passávamos na frente, cantávamos: ‘Vocês se calaram quando os levaram’", disse Bonafini, em alusão às marchas das Mães da Praça de Maio, protestando contra os desaparecidos.

A dirigente disse na mensagem, alegrar-se ‘infinitamente’ ao saber do trabalho realizado até alguns dias atrás pelo Arcebispo de Buenos Aires e Cardeal Primaz da Argentina Jorge Bergoglio, acrescentando sentir ‘esperança de uma mudança no Vaticano’. Ela auspiciou ainda que o Papa beatifique o sacerdote Carlos de Dios Murías, assassinado em julho de 1976 pela ditadura argentina.

“Por este motivo me atrevo a enviar-lhe a lista de sacerdotes e bispos do Terceiro Mundo desaparecidos e assassinados, para solicitar-lhe que, como a Associação das Mães da Praça de Maio pede por todos, também você, como um ato de solidariedade, os recorde a todos pela sua entrega na luta pela pátria”, assinalou Bonafíni.

Ela pediu ao Papa, ‘do mais profundo do seu coração’, para ‘não lutar por uma Igreja para os pobres’, mas para que se una ‘a todos os que neste mundo injusto, lutamos para que termine a pobreza’.

“Obrigado, dom Francisco, e quando te encontrares com o Papa no Vaticano, fale a ele do meu pedido, que é o pedido de milhares de Mães”, disse Bonafini, que concluiu sua carta com um ‘abraço afetuoso’ para o Sumo Pontífice. (JE)









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