2013-03-20 16:08:51

Festa de São José na aldeia piscatória da Palmeira, ilha do Sal, Cabo Verde


Palmeira festejou o justo José, exemplo de fé madura
No domingo 17 de Março a comunidade de Palmeira acolheu as outras comunidades do Sal para honrar São José, esposo da Virgem Maria e padroeiro da vila piscatória. A festa, no contexto do Ano da Fé, aconteceu sob o lema paulino: “Não me envergonho, sei em quem acreditei” (2 Tm 1,12)
Tudo começou com uma caminhada penitencial de cerca de duas horas onde, entre cânticos, silêncio e reflexões, cerca de 400 pessoas peregrinaram de Espargos até Palmeira. Foram o sentido da fraternidade cristã, da presença libertadora de Deus na história dos pobres e da penitência quaresmal a animar este povo peregrino no deserto. Todos irmanados rumo à mesma meta: aprender com S. José aquela fé que sabe questionar a vida e a lei, que atravessa a crise do acreditar maduro, que adere silenciosamente ao projeto de Deus apenas por amor: o amor da pessoa amada, Maria, renunciando ao projeto pessoal, e o amor ao plano desconcertante de Deus, acolhendo Jesus. José ensina-nos a alegria do acreditar e recorda-nos que só há felicidade plena na fidelidade total!
Na eucaristia, celebrada no adro da capela e animada pelo coro da comunidade, as comunidades partilharam suas belezas e trabalho humano: as redes com peixe (Palmeira), as flores frescas e coloridas (Murdeira), os pacotes de sal do vulcão (Pedra de Lume), as tartarugas em vias de extinção (Santa Maria), a fruta e os legumes da terra (Espargos). O ofertório foi um hino à diversidade e à riqueza que a comunidade encerra devido às migrações internas. Foram lembrados os emigrantes que na diáspora honram Cabo Verde e a Igreja.
No final da eucaristia, graças à generosidade dos audazes pescadores, aconteceu a tradicional procissão no mar com a imagem de S. José. Os pescadores com oito botes decorados levaram ao mar o carpinteiro de Nazaré para os proteger na faina do mar. No final, o sacerdote abençoou os pescadores e suas famílias, como também todos os que trabalham naquele porto marítimo. Seguiu-se o canto de uma morna por um artista da terra que cantou a vida e a fé do pescador, como homenagem da inteira comunidade aos pais presentes. Foi homenageado o pai mais idoso da vila de Palmeira.
A Comissão da Festa ofereceu a toda a população, inclusos também turistas e estrangeiros residentes, um almoço fraterno e popular. Almoço que foi fruto da campanha de angariação de géneros alimentícios e outros apoios junto de benfeitores individuais e institucionais do Sal. Durante a tarde cultural foram acontecendo no palco: teatro amador, danças de crianças, mensagens aos pais, testemunhos sobre a família e muita música cabo-verdiana.
“Os justos florescerão como a palmeira” (Salmo 92, 13). A Festa deixou um desafio: que o exemplo de S. José de Nazaré inspire todos os pais e esposos para que floresça nas famílias do Sal: muito amor, fidelidade e paternidade responsável.
R. Pedro, ilha do Sal








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