Xangai (RV) – Também na China repercutiu a missa de inauguração do Pontificado
do Papa Francisco, mesmo sem a presença de nenhum líder chinês na cerimônia. Vários
jornais chineses deram destaque ao início do novo Pontificado, enfatizando os elementos
de ‘novidade’ em comparação com o Pontificado precedente. O ‘Global Times’, por exemplo,
destacou a postura mais próxima e afetuosa do Papa Francisco em relação às pessoas.
O
professor de Política Internacional da Universidade de Pequim, Zhang Shengjun, comentou
ao ‘Global Times’ que a China espera muito do novo Papa: “Nós esperamos que este novo
Papa traga muitas novidades, também nas relações entre China e Vaticano”, afirmou.
O
Ministério do Exterior chinês não fez qualquer comentário sobre a cerimônia de terça-feira
no Vaticano, Mas no domingo, havia afirmado que a China espera que a Igreja possa
realizar mudanças que melhorem as relações bilaterais. Uma das questões mais delicadas
permanece a relação diplomática entre a Santa Sé e Taiwan. A China gostaria que o
Vaticano reconhecesse a República Popular da China como o único governo a representar
a China. Mas a presença de líderes de Taiwan na cerimônia de início do Pontificado
não indica esta direção.
Segundo o pesquisador da Academia chinesa de Ciências
Sociais, a China e o Vaticano enfrentam desafios semelhantes na salvaguarda dos direitos
dos pobres. Segundo Zhao, a escolha de um Papa não europeu “representa um importante
sinal em termos de abertura da Igreja, trazendo boas perspectivas para o futuro”. Para
o Professor de religião na Universidade do Povo, Chen Qijia, o verdadeiro motivo das
tensões entre China e Vaticano está no fato que “a China insiste em nomear bispos
e cardeais e o Vaticano, por sua vez, nunca mostrou boa vontade em mudar esta atitude
rígida”, explicou. (JE)