Cidade do Vaticano (RV) - Quando rezávamos para que os cardeais se deixassem
iluminar pelo Espírito Santo durante o Conclave, muitos jornalistas e pessoas até
de Igreja nos procuravam para saber por quem torcíamos e também para conhecer o nosso
prognóstico. Mais uma vez dizíamos que a eleição do Sumo Pontífice não se enquadrava
nos moldes de uma eleição a um cargo de poder político, mundano e transitório, mas
lidávamos com o Transcendente. O resultado foi a eleição de um bispo nascido no
Continente americano e tendo ali o seu pastoreio. Isso reforça a fé de que o Divino
Espírito Santo governa a Igreja. Se fizermos uma revisão na vida recente da Igreja,
veremos que a Conferência de Aparecida, realizada em 2007, nos fala da Missão Continental,
da necessidade de aprofundarmos a Evangelização realizada no subcontinente Latino-americano
e Caribenho. Mais tarde, o Papa Bento XVI criou o Pontifício Conselho para a Promoção
da Nova Evangelização, com o principal objetivo de evangelizar novamente os países
de antiga tradição cristã. Ano passado, em outubro, tivemos o Sínodo para a Nova Evangelização,
que procurou debater, refletir e discutir a partir da experiência dos Padres Sinodais,
buscando caminhos novos para a Evangelização no Terceiro Milênio. Por outro lado,
sabemos que a América intensificou sua contribuição missionária em favor da Evangelização
na Europa e outros continentes, sobretudo a partir de 1957 com a Carta Encíclica Fidei
Donum, do Papa Pio XII, em que mesmo as Igrejas que não dispunham tanto de sacerdotes
e de religiosos começaram a partilhar seus recursos humanos. Nesse momento começamos
a perceber o retorno da ação evangelizadora e catequética proporcionada cinco séculos
atrás pelos cristãos da Península Ibérica, pelo Velho Mundo, em favor das terras recém
achadas no Novo Mundo, concretamente, a América Central, a América do Sul e a América
do Norte. Essa atitude de contribuição do Novo Mundo ao Velho, que lhe comunicou
a existência do Deus único e verdadeiro, do seu extremo amor pelos homens dando Seu
Filho Único – Jesus Cristo – em redenção de todos e da presença Confortadora e Iluminadora
de Seu Santo Espírito, tem seu ponto alto quando os cardeais do mundo inteiro, iluminados
por esse mesmo Espírito e ajudados pela oração de todos os cristãos, elegem, um latino-americano
para a função de Sumo Pontífice, com a missão de confirmar na fé todos os evangelizados.
É
um eloqüente sinal da Providência que provê as necessidades de seus filhos e governa
a Sua Igreja, possibilitar que o início do Pontificado desse Papa americano comece
no dia de São José, Patrono da Igreja Universal, Provedor das necessidades da Família
de Nazaré e engrandecedor da missão de José do Egito de alimentar o Povo de Deus,
faminto de pão. O Papa Francisco - em sua simplicidade colhida no exemplo do “pobrezinho
de Assis” e nutrida pela espiritualidade inaciana que busca “maior glória de Deus”
isto é o serviço da caridade aos homens - possa imprimir no coração de cada um o
quanto todos, sem exceção, são amados por Deus.