Habemus Papam - o mundo com os olhos postos na Praça de São Pedro para acolher o novo
Papa
Habemus Papam": Temos Papa. Saiu fumo branco às 19.06 horas, confirmando que foi eleito
o sucessor de Bento XVI. Na praça de São Pedro uma multidão incontável aclama desde
já o novo Pontífice, aguardando com ansiedade conhecer o anuncio do cardeal eleito
e o nome que escolheu. Os sinos da Basílica de São Pedro acompanharam a 'fumata',
ao som das palmas das pessoas que enchem a Praça de São Pedro, debaixo de chuva, e
dos gritos de 'habemus Papam'. O novo Papa será o 50.º nos últimos 500 anos, desde
a eleição de Leão X a 19 de março de 1513. A bênção ‘urbi et orbi’ (à cidade [de
Roma] e ao mundo), desde a varanda central da Basílica de São Pedro, é o primeiro
ato público previsto para o novo Papa, após a sua eleição. O anúncio oficial, em
latim, vai ser feito pelo cardeal protodiácono, D. Jean-Louis Tauran: ‘Annuntio vobis
gaudium magnum; habemus Papam: Emminentissimum ac Reverendissimum Dominum, Dominum
..., Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem..., qui sibi nomen imposuit ... (Anuncio-vos
uma grande alegria, temos Papa: o eminentíssimo e reverendíssimo senhor ..., cardeal
da Santa Igreja Romana..., que escolheu o nome ....)”. Pouco depois, o próprio
Papa, com as vestes pontifícias, aparecerá ao balcão da Basílica do Vaticano, para
uma saudação e a bênção.
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Começa pelo Sínodo de Jerusalém, relatado
no livro dos Actos dos Apóstolos (15, 14-17): Tiago tomou a palavra e disse:
“Irmãos, escutai-me. Simeão contou como Deus, ao princípio, se dignou intervir para
tirar dentre os pagãos um povo que fosse consagrado ao seu nome. E com isto concordam
as palavras dos profetas, conforme está escrito: depois disto, hei-de voltar a reconstruir
a tenda de David, que estava caída; reconstruirei as suas ruínas e erguê-la-ei de
novo a fim de que o resto dos homens procure o Senhor, bem como todas as nações que
foram consagradas ao Meu nome, diz o Senhor, que dá a conhecer estas coisas desde
a eternidade”.
O Evangelho de Lucas nos diz: “Eu estou no meio de vós como
aquele que serve” (Lc 22.24-27): isto faz compreender o significado bíblico da eleição
de um Papa por parte do Colégio dos Cardeais. A Igreja não pode estar em Cristo sem
Pedro, sua rocha e cabeça, mas também Pedro nunca é um líder solitário ao vértice
de uma pirâmide; ele é “o primeiro” e a cabeça dos Onze e “dos outros que estão com
eles” (Lc 24,33); ele é o centro de uma “comunhão” de homens, organicamente orientada
unicamente ao seguimento do único “Príncipe dos Pastores” (1Pt 5,4), o pastor de todos
os pastores do povo de Deus. Deste Príncipe dos Pastores ele é “o sacramento visível”
em cada momento da história, e portanto temporâneo. Por isso, Pedro define-se sempre
com “os outros” e os outros à volta de Pedro.