2013-03-11 11:59:58

Um mês atrás, o anúncio que surpreendeu o mundo


Cidade do Vaticano (RV) – Exatamente um mês atrás, Bento XVI surpreendeu o mundo com o anúncio de sua renúncia ao ministério petrino.

O Papa estava reunido com os cardeais para um Consistório público de algumas causas de canonização, quando então anunciou em latim:

“Caríssimos Irmãos, convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. (...) Para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro.”

O anúncio pegou de surpresa inclusive a maioria dos cardeais presentes, entre eles o Card. João Braz de Aviz, que se consultaram reciprocamente para confirmar aquilo que tinham acabado de ouvir.

Dois dias depois, na missa de Quarta-feira de Cinzas, Bento XVI pediu para vivermos essa Quaresma numa comunhão eclesial mais intensa e palpável, superando individualismos e rivalidades – um sinal humilde e precioso para aqueles que estão longe da fé ou são indiferentes.

Os dias que se sucederam foram de despedida, de agradecimento, em que o próprio Papa emérito falou francamente dos motivos que o levaram a tomar esta decisão.

“Nestes últimos meses, senti que as minhas forças tinham diminuído, e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja . Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre diante dos olhos o bem da Igreja e não a nós mesmos.”

Em seu último dia de pontificado, Bento XVI recebeu os membros do Colégio Cardinalício, cumprimentando pessoalmente cada um deles, prometendo desde já a incondicionada reverência e obediência ao seu sucessor.

No final da tarde, foi de helicóptero para Castel Gandolfo, onde reside temporariamente. Foi nessa cidade que Bento XVI fez seu último pronunciamento público, afirmando a todos que agora é “simplesmente um peregrino que inicia a última etapa da sua peregrinação nesta terra”.

(BF)







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