Síria - o número de refugiados poderá triplicar avisa António Guterres Alto-Comissário
da Onu para os refugiados
O número de refugiados da Síria pode duplicar ou triplicar até ao final do ano, disse
este domingo dia 10 o alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António
Guterres, citado pelo jornal Público. O responsável alertou para a necessidade de
ser encontrada uma solução para a guerra que se trava naquele país, única forma de
travar o fluxo de gente que foge ao conflito. Neste momento, os sírios que fugiram
do seu país para países vizinhos - estão na Turquia, Jordânia, Líbano Iraque e Egípto;
alguns, poucos, chegaram à Europa -, chegam a um milhão. "Se a escalada continua e
nada for feito para resolver este problema, poderemos ter, até ao fim do ano, um número
muito maior de refugiados: duas ou três vezes mais do que actualmente", disse Guterres
numa conferência de imprensa em Ancara, na Turquia. Guterres explicou que na semana
passada, na Jordânia, foi registado o refugiado um milhão. O conflito na Síria trava-se
enrte o regime do Presidente Bashar al-Assad e a oposição (civil e armada), que quer
afastá-lo do poder. Desde o início de 2011, quando começou o conflito que se tornaria
uma guerra civil, morreram, de acordo com a ONU, perto de 70 mil pessoas. As vagas
de refugiados são cada vez maiores, alertou Guterres, sendo que 400 mil (quase metade
do total, na sua maioria crianças abaixo dos 11 anos) abandonou a Síria já em 2013.
Em Dezembro de 2012 o registo dava conta de 3000 refugiados por dia, em Janeiro o
número subira para 5000 e em Fevereiro foi de 8000. António Guterres, citado pela
Reuters, falou num risco de "explosão" no Médio Oriente devido à guerra síria e a
esta avalanche de refugiados, mas não quis elaborar sobre o tema. O alto-comissário
está na Turquia numa visita de quatro dias, durante os quais visitará um campo de
refugiados junto à fronteira deste país com a Síria - a Turquia abriga 185 mil refugiados
sírios e já gastou 700 milhões de dólares com a criação e manutenção dos campos. O
português que gere esta agência da ONU também falou de dinheiro, dizendo que dos 1,5
mil milhões prometidos por vários países para assistência aos refugiados, apenas 25%
da verba chegou ao ACNUR.