2013-03-09 12:17:22

Imame de Al-Azhar diz que conflitos tem causa política e social e não religiosa


Cairo (RV) – Os contínuos ataques contra minorias religiosas e os casos de prisão por presumíveis blasfêmias contra o Alcorão e conversões de muçulmanos ao cristianismo, deixam transparecer um conflito religioso entre cristãos e muçulmanos egípcios. Porém, contra esta visão, se manifestou nos dias passados o grande Imame da Universidade Islâmica de Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb.
Durante o encontro inter-religioso ‘Al-Azhar's Family House', al-Tayed enfatizou que “os conflitos ocorridos são sobretudo fruto de conflitos políticos e sociais e não religiosos. Islamismo e cristianismo são duas religiões de amor, de paz e de perdão que não tem nada a ver com extremismo”, afirmou.
Para enfrentar os casos de fanatismo religioso, o Imame propôs aos representantes das Igrejas Copto-ortodoxa, Católica e Protestante uma série de encontros no Cairo intitulados 'Juntos pelo Egito’. No encontro realizado no ultimo 6 de março, o grande Imame al-Tayeb declarou ter falado com líderes salafitas que teriam confirmado o seu compromisso em evitar novos conflitos inter-religiosos. Apesar disto, ameaças contra minorias cristãs continuam a ser realizadas através rádio, televisão e sites.
Recentemente causou inquietação a proposta do professor de Al-Azhar, Mahmoud Shu'ban, conhecido por suas posições radicais, de querer obrigar os cristãos coptas e todos os membros de outras religiões a pagar a 'jizya', um imposto pago durante séculos por nao-islâmicos, a Califas e Sultões. Com a taxa, os coptas estariam pagando por sua proteção e deixariam de ser perseguidos.
Após a queda de Mubarak, em 2010, ocorreram dezenas de episódios de violência contra os cristãos, a maior parte provocados por grupos salafitas ou por muçulmanos insuflados por líderes religiosos locais.
O último caso ocorreu na semana passada em Kom Ombo, na província de Aswan, devido a uma suposta conversão forçada de uma jovem muçulmana. Instigados por Imames locais, um grupo de jovens muçulmanos atacou moradias de cristãos coptas, incendiando uma igreja e diversas edificações. (JE)








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