Lisboa (RV) - Os números são claros: De 1910 a 2010 a percentagem mundial de
católicos nos Américas passou de 29 para 47%. Hoje em dia quase a metade de todos
os católicos do mundo vivem no continente americano, englobando Norte e Sul, para
um total de mais de 500 milhões de pessoas. O Brasil é o maior país católico, em termos
demográficos, do mundo. Contudo, há grandes diferenças entre Norte e Sul. Nos Estados
Unidos, mais do que no Canadá, assiste-se a uma Igreja combativa, atualmente unida
como nunca tinha estado, e extremamente participativa nos debates nacionais, culturais
e políticas. O Canadá é bastante diferente e, nesse sentido, mais comparável com a
Europa, crescentemente secularizada.
Em entrevista à Rádio Renascença, Portugal,
o Padre Joseph dos Santos, neto de portugueses e atualmente pároco em Rhode Island,
Estados Unidos, confirma esta ideia e explica que nas dioceses mais firmes na fé as
vocações aumentam a olhos vistos. Contudo, lamenta que os padres sejam vistos menos
como “pais de uma família paroquial” e mais como “funcionários”, considerando que
é essa aproximação das pessoas é um dos desafios que a Igreja americana tem de enfrentar
no futuro.
Em ambos os países os católicos são ainda minoritários mas têm
ganho uma crescente aceitação social, fazendo esquecer tempos em que um candidato
presidencial católico era visto com suspeição pela classe política e pela imprensa.
Já na América Latina, e apesar do grande aumento de Igrejas pentecostais e evangélicas
nas últimas décadas, a Igreja Católica continua a ser bastante hegemônica e, em vários
países, goza de uma influência significativa junto da sociedade e da classe política.
Com quase metade da população católica mundial, o número de cardeais americanos
no Conclave, entre América do Norte e América Latina, são apenas 33. Cinco destes
são do Brasil. (SP-RR)