2013-03-06 16:29:30

Indonésia: Human Rights Watch denuncia violência contra minorias religiosas


Jacarta (RV) - O Governo da Indonésia não consegue proteger as minorias religiosas diante da crescente intolerância religiosa e da violência que provocou 264 ataques em 2012: é o que afirma o novo relatório publicado pela organização de defesa dos direitos humanos "Human Rights Watch" (HRW), intitulado "Em nome da religião".

O documento, enviado à Agência Fides, convida o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, a adotar uma política de tolerância zero para com os freqüentes ataques contra as minorias religiosas, que estão envenenamento a sociedade.

"Os grupos islâmicos atacam as igrejas cristãs enquanto o governo indonésio, a polícia e os militares assistem passivamente e às vezes participam defendendo os novos grupos fundamentalistas", denuncia a organização.

O relatório documenta o fracasso do Governo, que leva os grupos militantes a se tornarem mais agressivos, porque impunes. Quem paga com isso são as comunidades ahmadis, consideradas muçulmanas hereges, os cristãos e comunidades islâmicas xiitas. Segundo uma pesquisa realizada por "Human Rights Watch" em 10 províncias indonésias, em 2012, verificaram-se 264 episódios de violência contra as minorias religiosas.

Na maior parte dos ataques, os executores e mandantes permanecem impunes. Em dois casos, as autoridades locais se recusaram a aplicar e fazer cumprir as decisões do Supremo Tribunal, que garantia às minorias o direito de construir locais de culto, e até mesmo o ministro de Assuntos Religiosos, Suryadharma Ali - observa o texto – fez "declarações discriminatórias".

Segundo HRW, "Susilo deve combater todo ataque violento contra as minorias, pois mostrou uma indiferença substancial". Além disso, funcionários do Governo e forças de segurança indonésias, muitas vezes facilitaram assédios e ameaças por parte de grupos militantes contra as minorias. Dentre os grupos fundamentalistas mais ativos, destacam-se o "Fórum do povo islâmico" e a "Frente de defensores do Islã" que definem os não muçulmanos como infiéis e blasfemos.

A partir deste contexto, emerge uma erosão da liberdade religiosa para os cristãos e outras minorias. Esta erosão é justificada e aprovada também por instituições públicas, como o Ministério de Assuntos Religiosos, o Conselho para a monitoração das crenças na sociedade, e o Conselho dos Ulemás que usaram sua autoridade para penalizar as minorias religiosas. (MJ)







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