2013-03-02 13:47:37

Despedida na esperança


Cidade do Vaticano (RV*) - Os últimos dois dias do pontificado de Bento XVI certamente permanecerão na memória de muitas pessoas e marcarão uma etapa importante, nova e inédita na história da Igreja peregrina. Para muitos, foi quase uma descoberta da humanidade e espiritualidade do Papa, para outros uma confirmação de sua humilde e grande vida de fé.

Se o Papa Wojtyla deu com coragem admirável aos olhos do mundo o seu testemunho de fé no sofrimento da doença, o Papa Ratzinger também com coragem nos deu o testemunho de aceitação diante de Deus dos limites da velhice e do discernimento sobre o exercício da responsabilidade que Deus lhe tinha dado. Ambos nos ensinaram, não somente com o magistério, mas também e talvez ainda mais eficazmente com a vida, o que significa buscar e encontrar a cada dia a vontade de Deus para nós e o nosso serviço, mesmo nas situações mais difíceis da existência humana.

Como ele mesmo nos disse de forma eficaz, a renúncia do Papa não é de nenhuma forma um abandono, nem da missão recebida, nem dos fiéis. É um continuar confiando a Deus a Sua Igreja, na esperança certa de que Ele continuará guiando-a. Com humildade e serenidade Bento XVI disse que "tentou fazer" todo o possível para servir bem a Igreja, uma Igreja que não é sua, mas de Deus, e que pela contínua obra do Espírito vive, cresce e se desperta nos corações.

Neste sentido, o legado do Papa Bento XVI é hoje um convite à oração e responsabilidade a todos. Primeiramente, para os cardeais, que têm a tarefa de eleger o Sucessor de Pedro, e também para toda a Igreja, que deve acompanhar na oração o discernimento dos eleitores e deve acompanhar o novo Papa na tarefa de anunciar eficazmente o Evangelho para o bem da Igreja e da humanidade, e guiar a comunidade a uma fidelidade cada vez maior ao Evangelho de Cristo. Por isso, nenhum Papa pode fazê-lo sozinho, o faremos também nós com ele, e o "Papa emérito" continuará a acompanhar-nos "trabalhando" para isto - são suas últimas palavras - "com seu coração, amor, oração e reflexão".

Obrigado, Papa Bento XVI.

*Pe. Federico Lombardi SJ
Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano







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