Paris (RV) - O diálogo entre fé e razão, estreitamente ligado à questão cultural
de um povo (não por acaso, o Papa praticamente em todas as viagens, quis encontrar-se
com o mundo da cultura ou universitário). Depois, o tema da unidade, tratado sempre
com humildade e abertura em relação aos outros, fortalecido pelo Evangelho. Esta é
a essência do pontificado de Bento XVI, segundo Dom Jérôme Beau, Bispo auxiliar de
Paris e Presidente do Collège des Bernardins, que numa entrevista ao site da Conferência
episcopal francesa recorda em particular o discurso pronunciado pelo Papa em 12 de
setembro de 2008, precisamente no famoso instituto parisiense, lugar privilegiado
de pesquisa e de debate para a Igreja e a sociedade, não só francesas.
Um discurso
importante, explica o prelado, porque indicou o protótipo do homem cristão na personalidade
do monge, “o que é justificado plenamente pelo fato que o Papa se encontrava num lugar
cisterciense”. Mostrou como o homem, num mundo à mercê da confusão, ao procurar Deus
“não tenta só mudar uma cultura, mas atravessá-la, até ao encontro com Aquele que
é a verdade do seu ser e da história do mundo”.
Para Dom Beau, naquele pronunciamento
Bento XVI realçou o modo como o confronto entre fé e razão não é um diálogo diante
do espelho mas deve estar sempre orientado para a busca da Verdade. Tema este, originado
pela abertura do homem a Deus, que segundo o bispo auxiliar de Paris, mostra pontos
firmes e as bases do que significa nova evangelização. (SP)