Santa Sé e Sudão do Sul estabelecem relações diplomáticas
Cidade do Vaticano (RV) - A Santa Sé e a República do Sudão do Sul, desejosas
de promover relações de amizade recíproca, decidiram de comum acordo estabelecer,
nesta sexta-feira, relações diplomáticas no âmbito de Nunciatura Apostólica da parte
do Vaticano e Embaixada da parte do Sudão do Sul. Agora, são 180 os países que mantêm
relações diplomáticas com a Santa Sé.
O Sudão do Sul é um país situado no nordeste
da África e tem como capital, Juba. Tornou-se independente em 9 de julho de 2011.
A nação viveu uma guerra que durou mais de 40 anos, que terminou com o acordo de paz
de 2005.
O Sudão do Sul tem uma população de cerca de 8 milhões de habitantes,
60% são cristãos e 40% praticam religiões tradicionais. A economia do Sudão do Sul
é uma das mais frágeis do mundo, não obstante os grandes recursos agrícolas e minerais
do país.
Sobre as reações da Igreja local ao receber a notícia das relações
diplomáticas, a Rádio Vaticano contatou o Núncio Apostólico em Cartum, Dom Leo Boccardi.
Dom Boccardi: "A Igreja Católica na nova República do Sudão do Sul
acolheu com grande satisfação a notícia do estabelecimento de relações diplomáticas
com a Santa Sé. Eu recebi nesta sexta-feira, de muitos bispos e personalidades do
Sudão do Sul, manifestações de apreço por essa decisão do Santo Padre, que se realizou
num dia muito especial, na festa da Cátedra de São Pedro. A Igreja no Sudão do Sul,
que tem cerca de 5 milhões de católicos espalhados por sete dioceses, manifesta hoje
profunda gratidão ao Santo Padre por esse gesto importante de seu pontificado. O Papa
pensou em nós, no Sudão e no Sudão do Sul, antes de deixar seu ministério petrino
e isso nos enche de alegria e emoção. As relações diplomáticas entre Santa Sé e Juba
expressam em primeiro lugar, a preocupação do Papa Bento XVI por todas as Igrejas.
Em segundo, esse gesto é visto como um suporte que a Santa Sé, junto com outros países,
pretende oferecer ao Sudão do Sul que precisa agora mais do que nunca, tanto no âmbito
bilateral e quanto no multilateral, do apoio concreto e convicto de toda a comunidade
internacional. Estou certo de que a presença de um núncio apostólico em Juba, quando
for possível, ajudará a Igreja local a encontrar a vitalidade, ação, espírito de comunhão
e sentir-se parte ativa na construção de uma sociedade mais justa, solidária, pacífica
e reconciliada. Uma tarefa certamente difícil, consideradas as tensões existentes
no país, mas a Igreja é jovem e o Sudão do Sul é o mais jovem país do mundo. Então,
agradecemos ao Santo Padre e parabenizamos Juba pela colaboração que começa hoje e
esperamos que possa dar muitos frutos no futuro." (MJ)