Dra. Evelyn Billings, a mulher que criou o 'Método Billings'
Cidade do Vaticano (RV) - O jornal ‘l´Osservatore Romano’ dedicou na edição
desta sexta-feira, um espaço especial para Evelyn Billings, falecida em 16 de fevereiro,
aos 95 anos, na Austrália e que, junto com seu marido John, deixou uma herança para
a humanidade: a descrição do Método Billings, baseado na regulação da fertilidade
baseada na observação do corpo feminino.
Nascida em 8 de fevereiro de 1918,
Evelyn entrou na Universidade de Melbourne, formando-se em Medicina. Ela prosseguiu
seus estudos em Londres onde se especializou em Pediatria, quando então retornou a
Austrália para trabalhar no Departamento de Anatomia da Universidade onde se formou.
Exatamente
no ano em que se casa com seu colega John, nascem ‘os Billings’, cuja fama estará
para sempre ligada ao homônimo método natural de regulação da fertilidade. Por decênios,
o mundo verá o incansável casal de médicos australianos descrevendo o Método Billings,
utilizado também pela Organização Mundial da Saúde. Nascido a partir de pequenas e
tímidas pesquisas realizadas em Melbourne no início dos anos 50, o método será descrito
para mulheres, casais, estudantes de medicina e médicos de todo o mundo, incluindo
a China.
O casal teve a coragem de propor o uso do Método Billings no ambiente
social e cultural da segunda metade do século XX, que viu o Ocidente inclinar-se à
pílula sintética. O método parte do princípio que a ovulação (que determina o período
de fertilidade feminina) é acompanhada por particulares secreções, que sendo observadas
pela mulher, revelam a ela a fase por que está passando. O método foi acusado de primitivo,
pré-científico, mas sobretudo, de ingênuo. O fato de ser um método gratuito, já que
pode ser observado pela própria mulher, o torna antipático também à indústria farmacêutica.
Como
disse Bento XVI há alguns anos, “se o exercício da sexualidade se transforma em uma
droga que quer sujeitar o parceiro aos próprios desejos e interesses, sem respeitar
os tempos da pessoa amada, então, aquilo que se deve defender não é mais somente
o verdadeiro sentido do amor, mas em primeiro lugar a dignidade das pessoas mesmas”.
A Dra. Evelyng Billings Livingston usou quase todo o século de sua existência para
defender esta dignidade, divulgando um método que as feministas, infelizmente, não
souberam reconhecer. Mas, ainda tem tempo para se usar um método que dá poder às mulheres
sem prejudicar a sua saúde.
O casal John e Evelyn também passou à história
por outras pesquisas realizadas, como aquelas sobre as mães durante o período da amamentação
e sobre mulheres próximas à menopausa. (JE)