Cidade do Vaticano
(RV) – “Chegou para a África o tempo da esperança. Meus amigos, podereis transformar
este continente, libertando o vosso povo do flagelo da avidez, da violência e da desordem.”
Essas palavras foram pronunciadas em Angola em março de 2009, no encontro
com as autoridades políticas e civis. Bento XVI esteve duas vezes na África, ocasião
em que visitou três países: Camarões e Angola em 2009 e o Benin, em novembro de 2011.
Além
das viagens, Bento XVI convocou o Sínodo dos Bispos para a África – que produziu a
Exortação Apostólica Pós-sinodal Africae Munus. Em várias oportunidades, falou
do continente e denunciou suas mazelas.
Condenou a avidez dos países industrializados,
que impunes sugam as riquezas africanas, sem qualquer benefício para a população,
pelo contrário – exploração que causa ânsia e humilhação causadas pela pobreza, desemprego,
doença, exílio.
Particularmente inquietante, afirmou, é o jugo opressivo da
discriminação sobre mulheres e jovens meninas, para não falar daquela prática inqualificável
que é a violência e exploração sexual que lhes causa tantas humilhações e traumas.
Encorajou
os esforços para construir a paz, sobretudo nos lugares onde permanecem abertas as
feridas das guerras e onde pesam graves consequências humanitárias.
A Rádio
Vaticano contatou o bispo brasileiro de Bafatá, na Guiné-Bissau, Dom Pedro Carlos
Zilli. Ele estava na Mauritânia, reunido com vários bispos da região do sul do deserto
do Saara, quando ficou sabendo da renúncia de Bento. Dom Pedro fala como a notícia
foi recebida e a ligação de Bento XVI com o continente africano.