Governo chinês espera melhorar relações com Santa Sé com novo Papa
Pequim (RV) – O governo chinês espera que as relações entre Pequim e Vaticano,
inexistentes diplomaticamente desde 1951, possam melhorar após a conclusão do Pontificado
de Bento XVI, em 28 de fevereiro. Foi o que afirmou nesta segunda-feira o porta-voz
do Ministério de Assuntos Exteriores chinês, Hong Lei, durante uma coletiva de imprensa
em Pequim.
A falta de um reação por parte do Governo chinês ao anúncio da renúncia
de Bento XVI, deveu-se, em parte, às férias por ocasião do Ano Novo chinês, mas também
pelo não reconhecimento da China à liderança espiritual de Bento XVI, já que na China
é reconhecida apenas a Igreja Patriótica Católica, desde a revolução comunista de
1949.
Na coletiva de hoje, o porta-voz do governo chinês reiterou apenas a
“boa vontade” de Pequim de se reaproximar com a Santa Sé, ressaltando que as plenas
relações diplomáticas somente seriam possíveis após “o Vaticano romper laços com Taiwan
e o reconhecer como parte da China”, além de não interferir nos assuntos internos
do país.
As relações entre China e Santa Sé tem sido marcadas por tensões,
especialmente no que concerne à nomeação de bispos, feitos pela Igreja patriótica
à revelia da Santa Sé. Em julho passado, o recém nomeado bispo auxiliar da diocese
católica de Xangai, Thaddeus Ma Daqin, foi afastado de seu ministério após declarar
publicamente sua intenção de abandonar a Igreja Patriótica Católica chinesa.
A
China possui de 8 a 12 milhões de católicos, divididos entre a Igreja Patriótica,
controlada pelo governo chinês e a Igreja clandestina, fiel ao Vaticano e perseguida
pelo regime.(JE)