O Congresso norte-americano vai voltar a discutir a introdução de mecanismos de mercado,
como taxas, para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) do país. Dois senadores
democratas irão apresentar esta quinta-feira uma nova proposta, dois anos depois de
uma iniciativa semelhante ter sido abandonada pelos republicanos no Senado. Segundo
o jornal Público o anúncio foi feito horas depois do Presidente Barack Obama ter pressionado
os congressistas, no seu discurso sobre o estado da Nação, a avançarem com uma iniciativa
concreta na luta contra as alterações climáticas. “Se o Congresso não agir logo para
proteger as gerações futuras, eu o farei”, disse Obama. “Vou orientar o meu gabinete
para identificar acções executivas que possamos adoptar, agora e no futuro, para reduzir
a poluição, preparar as comunidades para as consequências das alterações climáticas
e acelerar a transição para fontes mais sustentáveis de energia”, acrescentou o Presidente. Com
maioria republicana agora na Câmara dos Representantes e uma escassa maioria democrata
no Senado, são reduzidas as hipóteses de aprovação de um sistema como, por exemplo,
o comércio europeu de licença de emissões – que fixa quotas de poluição para as indústrias.
“Não vai ser fácil”, reconhece Barbara Boxer, que preside a Comissão de Ambiente e
Obras Públicas no Senado e que apresentará nesta quinta-feira, juntamente com o senador
Bernar Sanders, a proposta da nova lei. O ponto central da lei deverá ser uma taxa
sobre o CO2, cobrindo sectores que respondem por 85% das emissões dos Estados Unidos.