Nova York (RV) – “O número total de mortos na Síria deve se aproximar dos 70
mil, com os civis pagando o preço pela inação do Conselho de Segurança da ONU para
dar fim a quase dois anos de conflito”, afirmou a Alta Comissária da ONU para os Direitos
Humanos, Navi Pillay.
Pillay repetiu seu apelo para que o Conselho de Segurança,
com 15 membros, encaminhasse a Síria ao Tribunal Penal Internacional, enviando assim
uma clara mensagem às partes envolvidas no conflito de que haverá consequências para
suas ações.
Em 2 de janeiro, Pillay disse que mais de 60 mil pessoas foram
mortas durante a revolta contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, que começou com
protestos pacíficos, mas ficou violenta depois que as forças de Assad tentaram esmagar
as manifestações.
"A falta de consenso sobre a Síria e a inação resultante
vem sendo desastrosa e os civis de todos os lados pagaram o preço", disse ela. "Seremos
julgados pela tragédia que se desenvolveu diante de nossos olhos", advertiu. Já o
Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ao Conselho de Relações Exteriores que
“a Síria está se auto-destruindo”.
Rússia e China, membros permanentes do Conselho
de Segurança, vêm agindo como protetores da Síria no órgão, bloqueando repetidamente
os esforços ocidentais para adotar uma ação mais forte da ONU - como sanções - contra
o governo sírio para tentar acabar com a guerra.
Os dois lados no conflito
sírio foram acusados de cometer atrocidades, mas a Organização das Nações Unidas diz
que o governo e seus aliados tem maior responsabilidade nestes atos. (JE)