Continua a guerra na Síria. Primeiro-Ministro Erdogan da Turquia fala de atentado
na fronteira entre este país e a Síria
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse na manhã desta terça-feira
(dia 12) que a explosão do dia anterior no posto fronteiriço turco de Bab al-Hawa,
junto da Siria, foi um atentado à bomba. Durante uma sessão no Parlamento de Ancara,
Erdogan explicou que foi um veículo armadilhado que explodiu numa zona no lado turco
da fronteira, em Cilvegözü (Sudeste). A explosão matou 14 pessoas, 11 sírios e três
turcos. Erdogan frisou que a Turquia "agirá sem hesitação" para que este atentado
seja "totalmente esclarecido". Logo após a explosão, as autoridades turcas hesitaram
em avançar com a tese de atentado. Na noite de segunda para terça-feira o ministro
da Justiça, Sadullah Ergin, visitou o local do acidente juntamente com o responsável
pela pasta do Interior e das Alfândegas e falou em "acto terrorista" com o objectivo
de "matar civis". Os mortos eram quase todos civis. O carro armadilhado era um
pequeno autocarro de matrícula síria que foi estacionado 20 minutos antes de explodir.
O jornal turco liberal Milliyet, citado pela agência francesa AFP, diz que continha
uma carga entre os 35 e os 50 quilos de explosivos e diz que o atentado tem a marca
dos serviços secretos sírios. Na Turquia há 200 mil refugiados sírios, fugidos da
guerra civil neste país onde as forças do Governo do Presidente Bashar al-Assad combatem
um exército de oposição que pretende derrubar o regime e também grupos de inssurrectos
que agem por conta própria. Na segunda-feira, os combates na Síria travavam-se
nos arredores e em alguns bairros de Damasco, a capital da Síria. O Presidente Assad
disse estar disponível para conversações com a oposição "sem condições prévias". Porém,
esta exige a saída de Assad do poder como condição essencial para avançar para o diálogo. A
aproximação da guerra à fronteira com a Turquia, que faz parte da Aliança Atlântica,
levou Erdogan a pedir a intervenção desta na sua defesa e alguns países (EUA, Alemanha
e Holanda) enviaram para a região fronteiriça baterias de mísseis Patriot. O objectivo
é proteger a Turquia de um eventual ataque sírio.