Venezuela: Pastoral Carcerária denuncia dificuldade para entrar nas prisões
Caracas (RV) – A Pastoral Carcerária venezuelana denunciou que no país, “a
ideologia política prevalece sobre a assistência religiosa”. Nos trágicos acontecimentos
do Centro Penitenciário de Uribana, em 25 de janeiro, um dos mortos foi o pastor evangélico
Segundo Camejo, voluntário no centro de detenção. Após a tragédia, a hierarquia da
Igreja Católica e de Igrejas Evangélicas denunciou que as autoridades negam, há quase
um ano, o acesso de voluntários religiosos às prisões. Em nota enviada à Agência
Fides, o Delegado Nacional da Pastoral Carcerária da Conferência Episcopal da Venezuela,
Padre Ponc Capell, diz que as autoridades não deram nenhuma indicação de querer manter
o serviço de assistência religiosa aos prisioneiros, antes pelo contrário, ignoram
este direito em muitas ocasiões. Dos 40 capelães nomeados pela Conferência Episcopal
a nível nacional, somente 26 foram reconhecidos pelo governo. Padre Capell informou
que existem mais de 300 leigos empenhados na atividade de voluntariado nas 40 prisões
do país. Ele também denunciou a politização do tema das prisões, indicando que
é promovido mais o voluntariado ideológico que de assistência religiosa. O Chefe
do Escritório da Cáritas em Los Teques, Maria José Gonzáles, que há seis anos trabalha
na Pastoral Carcerária na região de Miranda, denunciou que desde dezembro de 2011
não conseguem entrar nas prisões, pois existe uma proibição do governo. “Assim – explica
-, os nossos voluntários devem visitar os prisioneiros como se fosse uma visita familiar,
o que acaba limitando o trabalho com os detentos, especialmente em relação a sua reabilitação”.
(JE)