Pontifício Conselho para a Cultura convida a acolher os jovens
Cidade do Vaticano (RV) - As comunidades católicas devem “acolher de braços
abertos os jovens tais como são, sem preconceitos e juízos moralistas”: é o que está
escrito nas conclusões da Assembleia plenária do Pontifício Conselho para a Cultura,
que se encerrou neste sábado, 09, em Roma. O documento publicado no site do Dicastério
vaticano oferece mais de uma dezena de “propostas” para a Igreja, depois de sintetizar
os principais traços que caracterizam as “culturas juvenis emergentes”, tema do encontro
que começou na quarta-feira.
As instituições eclesiais são convidadas a “ser
lugar de escuta para partilhar a experiência de dificuldade real, para gerar simpatia
compreensiva pela complexidade das situações”, indica o texto assinado pelo Bispo
português Dom Carlos Azevedo, Delegado do Pontifício Conselho. Para a instituição
liderada pelo Cardeal Gianfranco Ravasi, a Igreja tem de se assumir como “espaço de
confronto e diálogo sobre as razões do viver, oferecendo como meta a 'vida em abundância'”,
utilizando uma expressão evangélica.
Os participantes no encontro sublinham
que as comunidades devem ser “companhia na peregrinação afetiva, cultural, espiritual
e religiosa das novas gerações”. “A presença católica terá de estender-se às universidades,
redes, bairros e a todos os âmbitos onde a juventude se encontra, com o objetivo de
acompanhá-la na passagem à idade adulta”, e não na perpetuação da idade juvenil.
Os
cristãos, continua o texto, devem “testemunhar, com coragem e alegria, a presença
de Deus na vida simples, no quotidiano”, e ao mesmo tempo “dar confiança e horizontes
de futuro aos jovens, diante da profunda incerteza perante uma sociedade cega e surda
às suas necessidades”. Além de oferecerem “palavras e sobretudo narrativas capazes
de 'reencantar' o mundo”, como “reais alternativas de esperança” ao “mercado”, os
católicos são convidados a devolverem à juventude “a alegria e o gosto da vida”.
O
Pontifício Conselho para a Cultura frisa a importância de a Igreja “estar disponível”
e ter recursos “para sustentar o caminho interior” e “ser referência espiritual que
permita o confronto com o drama da condição humana e os seus limites, como também
para abrir de par em par as portas da fé a partir da contemplação, do silêncio, da
oração”. “Acolher o saber e a competência dos jovens, o seu contributo profético,
para o bem do mundo, despojados do supérfluo, abertos ao espanto sereno pela vida,
conscientes de um bem comum global e ecológico, sem exclusões e formas de marginalização”,
constitui também uma prioridade.
As conclusões terminam com a necessidade
oferecer aos jovens “a integração em comunidade através de uma profunda relação fraterna
e geradora de uma nova cultura, de um novo estilo de vida”. (SP-ECCLESIA)