Prêmio Sérgio Vieira de Mello a bispo emérito do Sudão do Sul

Genebra (RV) - O Prêmio Sérgio Vieira de Mello será entregue neste ano ao Bispo emérito Dom Paride Taban, da Diocese de Torit, no Sudão do Sul, em “reconhecimento aos esforços” para a reconciliação entre as tribos em guerra em seu país. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pela fundação que leva o nome do diplomata brasileiro que morreu em um atentado terrorista em Bagdá em 2003. A cerimônia de premiação será realizada em 1º de março, por ocasião da Conferência Anual da Fundação Sérgio Vieira de Mello, em Genebra. O prêmio será entregue pelo Secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon.

“Passei muitos anos em busca de paz”, declarou Dom Taban falando sobre seu país dilacerado por décadas de violência étnica e religiosa. “Eu sonho com uma comunidade onde as pessoas de diferentes etnias e religiões vivam juntas em harmonia e amizade. Gostaria de fazer do Sudão do Sul um país onde as pessoas vivam como irmãos e irmãs”, acrescentou.

Em 2005, Taban criou “Um pequeno oásis de paz” em Kuron, no Estado de Equatória Oriental, onde pessoas de diferentes tribos anteriormente em conflito agora vivem em paz. Nesta aldeia, as pessoas de diferentes religiões - muçulmanos, católicos, pentecostais e adventistas - convivem pacificamente lado a lado.

O Prêmio Sérgio Vieira de Mello é concedido anualmente em reconhecimento aos esforços feitos por um indivíduo, uma comunidade ou uma instituição para reconciliar comunidades ou partes em conflito. Os membros do júri são o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, o Diretor-geral das Nações Unidas e os embaixadores do Brasil e da França em Genebra.

O brasileiro Sérgio Vieira de Mello (1948 - 2003) foi Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, antes de ser nomeado representante de Kofi Annan, então Secretário-geral da ONU, em 2003 no Iraque. Ele foi morto em um ataque terrorista em Bagdá, em agosto de 2003. (SP)