Cazaquistão: progresso na liberdade religiosa e promoção do diálogo inter-religioso
Cidade do Vaticano (RV) - Na audiência geral desta quarta-feira, após o resumo
de sua catequese em várias línguas, Bento XVI saudou em russo a delegação do Cazaquistão,
presente em Roma por ocasião do 10º aniversário do I Congresso inter-religioso de
Astana. Aproveitando a oportunidade e a importância deste aniversário, a Rádio Vaticano
entrevistou um dos membros do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso,
Mons. Khaled Akasheh, que nos falou sobre a situação da liberdade religiosa no Estado
asiático.
Mons. Khaled Akasheh:- "Há algo de positivo sobre o tema da
liberdade religiosa como, por exemplo, a concessão de terrenos para a construção de
igrejas; a construção efetiva de lugares de culto para as várias comunidades religiosas;
a concessão, mesmo com dificuldade, de vistos para os religiosos; a liberdade, para
os bispos e sacerdotes, de ir e vir dentro do país. Sabemos que em outros países esse
movimento é limitado. Dentre os problemas encontra-se o da equiparação entre nacionalidade
e religião. Pensa-se que todos os poloneses são católicos, todos os alemães são protestantes,
todos os cazaques são muçulmanos. Isso não corresponde à verdade e não corresponde,
naturalmente, à liberdade religiosa, entendida como liberdade, possibilidade de mudar
de religião."
RV: E a propósito do diálogo inter-religioso, qual é a realidade?
Mons.
Khaled Akasheh:- "O Cazaquistão é o único país na Ásia central que promove uma
iniciativa dessas dimensões (como o Congresso inter-religioso, ndr), que já
chegou à sua quarta edição tendo a participação da delegações de numerosos países
e de centenas de pessoas. Essa plataforma de encontro entre líderes religiosos, numa
área geográfica importante, numa área difícil do ponto de vista religioso e da segurança,
é um ponto a favor deles. Sempre procuramos fazer uma distinção entre o diálogo e
a política dizendo que, como em outros casos, a política deve apoiar o diálogo, assegurar
o desenvolvimento sereno das iniciativas sem, porém, ser parte ou participar do conteúdo
do diálogo. Posso dizer que, ao menos parcialmente, a mensagem foi acolhida." (RL)