2013-02-05 19:01:32

Ordem de Malta Celebra 900 anos de reconhecimento pontifício


Roma (RV) - A Ordem de Malta, uma das ordens soberana e militar mais antigas da civilização ocidental, celebra seus 9 séculos de reconhecimento pontifício, com o desafio de seguir impulsionando seu espírito católico e o trabalho humanitário iniciado pelo beato Gerardo com a criação de hospitais em Jerusalém.

A quase milenar instituição recordou em uma coletiva de imprensa realizada em Roma, a emissão, em 1.113, da bula do Papa Pascual II com a qual a instituição já existente há mais de meio século, passou a ser uma “ordem religiosa leiga”.

A Ordem de Malta conta com 13.500 membros procedentes de todas as partes do mundo, a grande maioria leigos. Entre eles está o Rei Juan Carlos da Espanha, que foi batizado na capela da Ordem de Malta, em Roma, em 26 de janeiro de 1938.

O chefe do Executivo da Ordem, Jean-Pierre Mazerey, destacou o trabalho de assistência médica e humanitária realizado por mais de 880 mil voluntários e 25 mil médicos e enfermeiras em 120 países do mundo. Palestina, Líbano, Síria ou Burkina Faso são alguns dos países onde a Ordem de Malta, através de sua agência para a ajuda humanitária, oferece assistência médica, psicológica e social, baseada no princípio inspirador do “testemunho de fé e o serviço aos que sofrem”.

A histórica Ordem de Malta é um Estado sem território, caso único na história, que conta com direito internacional, sistema jurídico próprio e mantém relações com 104 países em todo o mundo.

No plano político internacional – explicou Mazerey -, a Ordem de Malta tem uma posição de neutralidade. É imparcial, apolítica e independente, inclusive em relação à Santa Sé, que no momento de seu reconhecimento, outorgou a ela o direito de eleger livremente seus superiores sem interferências de outras autoridades leigas ou religiosas.

O Ministro da Saúde e Cooperação Internacional da Ordem, Albrecht Boeselager, explicou que “devido à posição neutra, apolítica e imparcial, a Ordem de Malta consegue intervir em áreas de crise, onde praticamente ninguém tem acesso, e se converte em um elemento crível por todas as partes envolvidas no conflito”.

Existem numerosas histórias e fantasias sobre a Ordem de Malta, que também inspirou filmes como “O Falcão Maltês”, protagonizado por Humphrey Bogart.

A origem da Ordem de Malta remonta ao ano de 1048, quando mercadores de antiga República de Amalfi obtiveram do Califa do Egito a permissão para construir em Jerusalém uma igreja, um convento e um hospital para assistir aos peregrinos de todas as religiões. A constituição do reino de Jerusalém, durante as Cruzadas, obrigou a Ordem a assumir a defesa militar dos enfermos e dos peregrinos e a proteger seus centros médicos e as principais vias de comunicação.

À missão de assistência de saúde da Ordem se somou a defesa da fé. Com o tempo, a Ordem adotou a cruz octogonal branca, que, até hoje segue sendo seu símbolo.

Com a celebração dos 900 anos do reconhecimento pontifício da Ordem de Malta como ordem religiosa, a instituição abre à sociedade as portas do passado, presente e futuro, com um grande trabalho humanitário em suas costas. O momento culminante da celebração terá lugar no próximo sábado, 9 de fevereiro, quando o Papa Bento XVI receberá 4 mil membros e voluntários da Ordem, provenientes de todas as partes do mundo. (JE)








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