2013-02-05 12:29:51

A luta de Dom Casaldáliga contra o trabalho escravo


São Félix do Araguaia (RV) – O Bispo emérito de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, dedicou aos escravizados a homenagem que recebeu por sua atuação em defesa dos direitos humanos e no combate à escravidão contemporânea durante o seminário “1970-2012: A Luta pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil”, realizado em São Félix do Araguaia sexta-feira passada, 1º de fevereiro.

O evento, organizado pela Comissão Pastoral da Terra, foi também de comemoração dos 20 anos do Ministério Público do Trabalho no Mato Grosso e reuniu moradores locais e de cidades vizinhas, representantes de prefeituras da região e autoridades.

Aos 84 anos, o bispo fez questão de permanecer entre o público durante o evento, agradeceu a homenagem e defendeu a importância da continuidade na luta contra o trabalho escravo contemporâneo.

O protagonismo de Dom Pedro nas denúncias no país foi destacado pelo Procurador-Chefe do Ministério Público do Trabalho, Thiago Gurjão Alves Ribeiro. Ele lembrou que o bispo escreveu relatórios detalhados apresentando dados sobre casos específicos na década de 1970 em plena ditadura militar, com o “estado brasileiro então tomado de assalto pelo totalitarismo”.

O Procurador-Chefe explicou que o órgão optou por celebrar os 20 anos da existência da instituição no Mato Grosso, “longe dos palácios, coquetéis e celebridades”, para ser “um ato que marcasse a essência do que somos”. Também destacou que a opção foi também um posicionamento. “Ou se está de um lado, ou se está de outro. E nós estamos do lado dos direitos humanos”, afirmou. “Homenagear alguém é dizer o que somos e o que queremos ser”.

No evento, houve também o lançamento da nova edição do livro “Escravo, Nem Pensar! – Uma abordagem sobre o trabalho escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade”, publicação da Repórter Brasil. “Para nós, foi importante fazer o lançamento em uma homenagem como esta no Mato Grosso, onde ainda há problemas recorrentes e todo histórico”, disse a educadora Carolina Motoki, responsável pelo escritório da organização em Araguaína, no Tocantins.

Também foi realizada uma mesa de debate com o procurador Marco Aurélio Estraiotto, o coordenador da campanha de combate à escravidão da CPT Xavier Plassat, que participou representando a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), e do secretário-geral da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no Mato Grosso (Coetrae-MT), Edimar Roberto Brandini.

(BF-Repórter Brasil)







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