Cardeal Sandri sobre novo Patriarca de Babilônia dos Caldeus: uma escolha que pode
dar esperança à Igreja Caldeia no Iraque
Cidade do Vaticano (RV) - O Sínodo dos Bispos da Igreja Caldeia, convocado
pelo Santo Padre em Roma para 28 de janeiro próximo passado, sob a presidência do
Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, elegeu
canonicamente Patriarca de Babilônia dos Caldeus Dom Louis Sako, até então arcebispo
de Kirkuk dos Caldeus, no Iraque. O novo patriarca sucede ao Cardeal Emanuel III Delly
e assumiu o nome de Louis Raphaël I Sako. Para um comentário sobre a eleição de Mons.
Sako, a Rádio Vaticano entrevistou o Cardeal Leonardo Sandri. Eis o que disse:
Cardeal
Leonardo Sandri:- "Para mim foi uma experiência realmente muito profunda de espiritualidade,
de partilha fraterna com os bispos, de escuta, de diálogo com eles. Vi como eles pouco
a pouco – e certamente é a ação do Espírito Santo – chegaram para esta eleição. Para
mim é um motivo de grande alegria: parece-me ser uma escolha que pode dar esperança
à Igreja Caldeia no Iraque e também a todos aqueles que vivem na diáspora. Portanto,
a minha alegria é partilhada com os bispos e se faz oração, inclusive pelo futuro,
pela pessoa do novo Patriarca, por seu ministério – pelo qual ele mesmo pediu aos
bispos ajuda, fraternidade, proximidade e auxílio – a fim de que seja para o bem da
Igreja caldeia e da Igreja inteira. É uma pessoa preparada, sobretudo uma pessoa que
viveu próximo do sangue dos mártires, de todos aqueles que sofreram a violência: inclusive
não-cristãos, também muçulmanos. Portanto, é uma pessoa que traz consigo uma grande
riqueza que servirá muito à Igreja inteira."
RV: Quais foram os temas principais
que estiveram no centro dos trabalhos do Sínodo?
Cardeal Leonardo Sandri:-
"Cada um pôde expor os problemas da própria diocese. Como se sabe, o Iraque encontra-se
numa fase de reconstrução que custa muito, muita dor, muito empenho na busca do diálogo
na vida civil. De fato, cada um pôde expor a situação de suas dioceses, examinar os
problemas... O empenho em promover a participação dos leigos como parte ativa na vida
da Igreja. Não me detenho sobre a importância dos religiosos e das religiosas, sobretudo
dos sacerdotes colaboradores dos bispos. Toda essa temática no Ano da Fé foi revista
por eles, neste Sínodo, iluminados também pela Exortação apostólica da Igreja para
o Oriente Médio entregue pelo Papa no Líbano em setembro do ano passado. Será uma
ajuda para seguir adiante enfrentando todo este arco de problemas: civis, sociais,
sobretudo eclesiais e também do diálogo ecumênico e inter-religioso." (RL)