Agentes da Pastoral Carcerária: chamados a ser profetas
São Paulo (RV) – O Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária, Pe. Valdir
João Silveira, escreveu uma carta de encorajamento a todos os agentes da Pastoral.
No
ano de 2012 e no início de 2013, afirma ele, o trabalho da Pastoral Carcerária foi
colocado à prova em vários momentos, pois tem provocado aversão, revolta, ofensas
e até mesmo prisão de alguns agentes.
Pe. Valdir afirma que as denúncias das
irregularidades, das violências, de torturas e maus-tratos no interior das prisões
têm gerado uma série de reações, muitas vezes orquestradas, de parte dos funcionários
do Estado que tentam intimidar, afastar e condenar toda ação profética dos agentes.
“Não
temos o direto de ser sentinelas adormecidas. Ao ingressar nos presídios e cadeias
e ver, ouvir e sentir as injustiças e violações de direitos que ali são cometidas,
não temos o direito de nos emudecer. Não podemos ser cães mudos; silenciar perante
tanta injustiça”, escreve o coordenador.
O sacerdote denuncia o aumento do
aprisionamento de homens e mulheres, da juventude pobre, de baixa escolaridade, desempregada,
quando não morta antes de chegar às unidades prisionais.
“As condições de
sobrevivência tornam-se cada vez mais difíceis. Onde deveriam estar contidos oito
presos, hoje facilmente se encontram, em vários presídios do Brasil, 40 a 50 pessoas
detidas numa cela.”
Fazer pastoral carcerária, afirma ele, é realizar o trabalho
do Pastor, Jesus Cristo, o Bom Pastor, junto às ovelhas encarceradas, as pessoas
presas. Pe. Valdir encerra a carta com uma exortação aos agentes da Pastoral:
“Meus
Irmãos e Irmãs, agentes de pastoral Carcerária, não desanimem, não desistam da missão,
da cruz a nós confiada por Deus! Carreguemo-la juntos! Tenho certeza de que pesa menos
que a dor e o sofrimento que os nossos irmãos e irmãs encarceradas suportam.”