2013-01-30 19:39:49

Síria: Arcebispo rechaça massacre em Aleppo


Aleppo (RV) - "O efeito da condição em que vivemos há mais de um ano é que nos acostumamos com o horror cotidiano", foi o que disse o Arcebispo de Aleppo dos católicos armênios, na Síria, Dom Boutros Marayati, descrevendo a situação vivida pelos habitantes dessa cidade onde foram encontrados, nesta terça-feira, dezenas de jovens mortos, vítimas de execuções sumárias coletivas.

"Ouvimos sempre novas notícias de massacres e bombardeios contínuos. Vivemos num estado de tensão e medo dia e noite, e na luta pela sobrevivência cotidiana em que não há sequer água para beber e combustível para aquecer as casas. O massacre na universidade alguns dias atrás, onde perdemos a religiosa Rima, já parece uma coisa distante", frisou Dom Marayati.

Segundo o arcebispo, os meios de comunicação do governo atribuíram a responsabilidade do massacre aos jihadistas Jabhat Al-Nusra, enquanto os grupos de oposição da coalizão falaram de novo terrível massacre perpetrado pelo regime. O prelado de Aleppo destacou que "a impossibilidade de verificar as dinâmicas reais da dos fatos sangrentos torna ainda mais alienante a condição da população envolvida no conflito".

"Percebemos que existe uma deformação de todas as informações. Não podemos confiar naquilo que se ouve dizer e não existe a possibilidade de verificar os fatos que se realizam a pouca distância de nossos bairros", disse ainda o Arcebispo de Aleppo.

Segundo Dom Marayati, ouve-se o barulho das explosões, mas não se sabe quem lança as bombas e contra quem são dirigidas. "Estamos no meio de uma guerra sem realmente entender o que está acontecendo. Gostaríamos de saber como e quando tudo isso vai acabar. Pedimos ao Senhor para que nos guarde e nos proteja", concluiu o arcebispo. (MJ)







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