Tragédia em discoteca no Brasil - 233 mortos e mais de 100 feridos
Eram duas e meia da madrugada de domingo quando as chamas começaram na discoteca Kiss,
na cidade universitária de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Segundo
as testemunhas, o vocalista de uma das bandas que actuava ao vivo activou um engenho
pirotécnico. As faíscas atingiram o tecto. Segundo o jornal Zero Hora, em três minutos
as chamas tomaram todo recinto, provocando o pânico entre os jovens — 500 segundo
alguns relatos, entre mil e 2000 de acordo com o Estado de São Paulo — que tentavam
escapar pela única porta. Morreram 233 pessoas, mais de cem ficaram feridas. A
maioria dos jovens que estavam na discoteca, com idades entre os 16 e os 20 anos,
eram universitários das faculdades de Agronomia, Pedagogia, Veterinária e Zootecnia
de Santa Maria, e participavam numa festa. Eram comuns as festas universitárias neste
local, que fica num bairro de classe média da cidade. A polícia está a investigar
se as portas foram abertas como deveriam e se os extintores funcionaram. Há testemunhos
de que as portas não estavam totalmente abertas na altura em que o incêndio começou
a espalhar-se e que, por isso, muitos jovens teriam procurado fugir para as casas-de-banho,
onde morreram asfixiados ou esmagados. Ao início da tarde deste domingo, familiares
e amigos das vítimas formavam uma fila de meio quilómetro em frente ao centro desportivo
de Santa Maria, para onde os corpos foram levados para identificação. O ginásio foi
cercado pela Brigada Militar para evitar tumultos. Até à tarde, um 115 corpos tinham
sido identificados. Os telemóveis das vítimas e documentos de identidade foram deixados
em cima dos corpos para ajudar à identificação. A Presidente Dilma Roussef antecipou
a viagem de regresso do Chile, onde participava na cimeira dos países latino-americanos
com a União Europeia, e esteve num dos hospitais que recebeu feridos. Rousseff convocou
todos os ministros para ajudar no que for necessário e enviou uma equipa de especialistas
forenses para Santa Maria. Antes de sair do Chile, fez uma declaração comovida em
que disse que o país está unido na dor deste momento.